Fonte: O POVO Online/OPOVO/Tendências
Ariosto Holanda, deputado federal (PSB/CE)Ex-secretário da Ciência e Tecnologia do Ceará, o deputado federal Ariosto Holanda é o “padrinho do Centro”. Engenheiro civil com especialização em desenvolvimento científico e tecnológico, o professor universitário falou com exclusividade ao O POVO.
OPOVO -Como surgiu a ideia de construir o Centro de Segurança Cibernética?
Ariosto Holanda - Surgiu do contato que eu tive com o professor André Santos da Uece, doutor nessa área e que trabalhou nos Estados Unidos e no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, em português).
OP -Como pretende viabilizar a construção do centro?
Ariosto - O professor André discutiu o projeto com a empresa de computadores Dell e o Centro Tecnológico Informática (CTI) de Campinas (SP), que se prontificaram a apoiar e colocar recursos. A Dell já sinalizou que vai aportar R$ 3 milhões.
OP - De onde virão os recursos para a instalação dos laboratórios?
Ariosto - Além da Dell, os recursos virão possivelmente do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), via Secretaria de Política de Informática (Sepin). Estive com o secretário Virgílio Augusto, que ficou muito interessado em conhecer o projeto para posterior apoio financeiro via fundo setorial. É importante que o apoio venha também do Governo do Estado por meio da Funcap (Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
OP - Quais são suas ideias e planos para o desenvolvimento do Centro?
Ariosto - Como os crimes cibernéticos estão se acentuando no Brasil e no mundo, pretendemos que esse centro projetado pelo professor André Santos venha servir de modelo para o País. Pretendemos que parceiros como a Polícia Federal, o Instituto de Criminalística do Estado, a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Militar possam usufruir dos trabalhos desse empreendimento, que deve ser motivo de orgulho para os cearenses.
Fortaleza cibernética
Tatiana Pavarin
ESPECIAL PARA O POVOA Universidade Estadual do Ceará (Uece) vai instalar em breve o Centro de Excelência em Segurança Cibernética (CESeC), o primeiro do gênero no País. A instituição tem o objetivo de atuar em estudos e desenvolvimento de sistemas na área de segurança da informação computacional. A iniciativa é do grupo de pesquisa Insert/Uece, que há 11 anos se dedica ao tema.
Instituições de outros países, como a Universidade da Califórnia (EUA), a Université Pierre et Marie Curie (FR) e as empresas ParisTech, Twinteq e Telecom serão parceiras do empreendimento, disponibilizando professores e pesquisadores para auxiliarem na iniciativa.
De acordo com o coordenador de implantação do CESeC, André dos Santos, o Centro vai transferir tecnologia para empresas locais. Isso fará, segundo ele, com que Fortaleza se torne mais competitiva nos mercados nacionais e internacionais.
O CESeC também pretende oferecer treinamento e cursos de especialização ao meio acadêmico e a empresas privadas e estatais. “O objetivo é capacitar os órgãos a se defender de ataques virtuais”, detalha Santos.
O primeiro projeto do CESeC será instalar um laboratório para o desenvolvimento de estudos na área de segurança em computação em nuvens (saiba mais no texto ao lado). Segundo Santos, a construção do laboratório vai receber suporte técnico da empresa americana de computadores Dell. O investimento inicial previsto para a instalação do laboratório é de R$ 3 milhões.
Segundo Santos, já existem outros projetos que envolvem mais estudos da área. Alguns deles são: sistemas de larga escala, microprocessadores seguros, segurança em sistemas veiculares e segurança da Internet do futuro. Este último será financiado pelo prêmio do projeto de colaboração Brasil – Comunidade Europeia (2,5 milhões de euros), que o CESeC ganhou. “Esses estudos darão suporte a sistemas inovadores que irão aparecer no futuro”, prevê Santos.
De acordo com o coordenador do Centro, o orçamento total para a criação do CESeC é de R$ 15 milhões. Santos também informa que o lançamento do primeiro laboratório deverá ocorrer em aproximadamente dois meses. Enquanto a sede permanente, que será na Uece, não fica pronta, o laboratório funcionará no prédio do antigo cinema São Luiz, na Praça do Ferreira.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
O cybercrime movimenta mais de US$ 105 bilhões em todo o mundo. Esse montante supera o do tráfico de drogas. É o que afirma David DeWalt, diretor executivo da empresa de informática McAfee. O Centro de Segurança Cibernética irá desenvolver estudos para combater o cybercrime, que inclui roubo de identidade e senhas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário