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10/12/2010 12.25.13
Cancun, 10 dez (RV) - “O Brasil é primeiro país a apresentar um cenário concreto de redução de emissões (de gás de efeito estufa). A gente está exigindo, mas não de mãos vazias, tem o que apresentar” foi o que declarou a ministra do Meio Ambiente do Brasil, Izabella Teixeira, durante a COP-16 (Conferência sobre Mudanças Climáticas), em Cancun. A declaração se deve à assinatura, nesta quinta-feira, pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do decreto que regulamenta a política nacional de mudanças climáticas no país.
O decreto define as estratégias para se chegar às metas de redução estipuladas pela lei aprovada em dezembro do ano passado, que definem corte de 36% a 39% das emissões, até 2020. Atualmente, o Brasil emite 1,8 bilhão de toneladas de gás de efeito estufa. Se essas metas redutoras não tivessem sido estipuladas, com um crescimento da economia estimado em 5% ao ano, chegaríamos a 2020 com uma emissão de 3,2 toneladas. Com a assinatura do decreto, o Brasil compromete-se a estar emitindo, na data, 2 bilhões de toneladas.
Outras metas também foram estipuladas, como a redução do desmatamento da Amazônia, do Cerrado, incremento da agricultura, da área energética, da siderurgia, do transporte, da indústria de transformação e de bens de consumo duráveis, da indústria química fina e de base, bem como da indústria de papel e celulose, da mineração, da construção civil e de serviços de saúde.
O desmatamento na Amazônia tem meta de redução em 80% até 2020.
Enquanto isso, os quase 200 países reunidos, há 11 dias, em Cancun, México, passaram a noite de quinta para sexta preparando-se para as conclusões dos trabalhos da Conferência sobre as Mudanças Climáticas, marcada para hoje.
Uma das responsáveis da ONU por essa matéria disse que “um pacote de decisões equilibradas está à mão”. A proposta da Conferência é definir metas concretas para questões como o desflorestamento, o auxílio aos países mais vulneráveis ao aquecimento global, bem como uma definição sobre o que fazer com o Protocolo de Kyoto. E este último ponto é o que causou mais controvérsias ao longo desses 11 dias de reunião.
O Protocolo de Kyoto é o único tratado jurídico internacional atualmente válido sobre a redução da emissão de gás de efeito estufa pelos países industrializados – menos os Estados Unidos, que não assinaram. O dilema está sendo achar uma solução para conciliar as posições de países que se recusam a um segundo período do Protocolo – como a Rússia e o Japão – e aqueles que consideram o segundo período uma condição “não negociável”, que são os grandes países emergentes – Índia, Brasil, China e África do Sul.
Pela primeira vez, a Índia cogitou a idéia de assinar um tratado sobre redução de emissão do gás de efeito estufa. Antes, como a China, o país recusava-se, pois sustentava que a responsabilidade maior seria dos industrializados, que são os que historicamente mais comprometeram o meio ambiente.
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sábado, 11 de dezembro de 2010
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Kátia Abreu é “homenageada” por serviços prestados ao meio ambiente
Kátia Abreu ganha prêmio ‘Motosserra de Ouro’ por defesa do desmatamento
Do Greenpeace
Líder da bancada do agronegócio no Congresso e fiel defensora das propostas de mudanças no Código Florestal brasileiro, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) recebeu das mãos de uma ativista do movimento indígena da Amazônia, junto com o Greenpeace, o prêmio Motosserra de Ouro, símbolo de sua luta incansável pelo esfacelamento da lei que protege as florestas do país.
A ativista tentou presentear Kátia Abreu com uma réplica dourada do instrumento usado para desmatar florestas no lobby do hotel em que está hospedada em Cancún, onde participa da 16ª Conferência de Clima da ONU (COP16). A senadora desprezou o agrado, visivelmente irritada, e deixou para a ativista apenas os comentários irônicos de seus assessores. A condecoração serviu para lembrar aos ruralistas defensores do relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que prevê alterações na lei, que essa proposta representa uma grave ameaça ao ambiente.
O projeto ruralista anistia desmatadores e reduz o tamanho da área que o proprietário de terra e o Estado estão obrigados a conservar para o bem público. Fazendas, dependendo do tamanho, ou serão dispensadas de ter árvores ou poderão ter menos do que devem atualmente. O projeto também diminui as faixas de floresta em beiras de lagos e rios e em encostas, que além de servir como corredores de biodiversidade evitam enchentes, deslizamentos e protegem a qualidade da água.
Caso a turma da motosserra consiga mudar a lei nos termos em que pretendem, tornarão inviável para o Brasil honrar as metas de queda de desmatamento assumidas em Copenhague, na COP15, que preveem a redução até 2020 de 36% a 39% de nossas emissões de gases-estufa. A proposta prejudica também as negociações sobre Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD), que institui o pagamento para a conservação de floresta para quem vive nela. “Se o Brasil legalizar mais desmatamentos, o custo da conservação aumentará muito e pode tornar a aplicação do REDD no Brasil inviável”, explica André Muggiati, representante da Campanha Amazônia do Greenpeace na COP16.
A bancada da motosserra continua lutando nos bastidores para que um novo e enfraquecido código seja votado a qualquer preço, ainda este ano. Querem que algo tão importante para o Brasil seja decidido já, por uma Câmara em fim de mandato, e sem a devida discussão com a sociedade. “As alterações no Código Florestal representam um retrocesso em uma das legislações florestais mais avançadas do mundo”, diz Muggiati.
Este protesto teve o apoio do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB).
Feliz Natal?
Em um apelo ao espírito natalino, um grupo de ONGs, entre elas o Greenpeace, levou Papai Noel até Cancún para ajudar a impedir que a bancada do agronegócio empurre suas propostas de mudança no Código Florestal goela abaixo dos brasileiros.
O bom velhinho ficou nesta manhã na porta do Cancun Messe, um dos prédios onde acontece a COP16, entregando mudas de árvores aos que passam, acompanhado de ativistas com dois cartazes, em português e inglês, onde se lia “Mudar o Código Florestal = Um Natal sem árvores”. Se as alterações no código forem aprovadas no Congresso, o Brasil pode se preparar para, no futuro, celebrar Natais com bem menos áreas de florestas.
O Papai Noel em Cancún teve como parceiros o Observatório do Clima, o Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), além do Greenpeace.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Adeus Tasso ao Senado e ao Ceará
Cearenses desbancam império tassista
Artigo do Messias Pontes para 06.10.10
O eleitor brasileiro deu uma demonstração, no último domingo, de sua independência e maturidade, e deu o troco àqueles que sempre o enganaram. Foi também uma demonstração de repúdio à arrogância e ao ódio destilado contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o mais popular da história republicana. Isto porque o governo deixou um pouco de lado a casa grande e olhou mais para a senzala, dando vez aos excluídos. Agora a classe média já representa mais da metade da população brasileira, fruto das políticas adotadas pelo atual governo. Vinte e dois milhões deixaram a faixa de pobreza e 32 milhões ingressaram na classe média em menos de oito anos.
Vários são os parlamentares que foram escorraçados pelas urnas, especialmente do PSDB, DEMO e PPS. Porém três deles merecem destaque, tal a arrogância e prepotência demonstradas ao longo dos seus mandatos: Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Heráclito Fortes (DEMO-PI). O senador amazonenses teve o desplante de prometer dar uma pisa no presidente Lula; o demo piauiense não perdeu oportunidade para demonizar o governo Lula; e o senador Tasso Jereissati comandou a tropa de choque da oposição contra os interesses do Brasil e dos brasileiros.
Agora, para justificar a fragorosa derrota nas urnas, no último dia três, o senador tucano está voltando suas baterias contra o governador Cid Gomes e o deputado federal Ciro Gomes, chamando-os de traidores e ingratos. Ele destila ódio por todos os poros, e não se conforma por ter sido escorraçado da representação cearense no Senado, obtendo uma votação pífia, humilhante.
Se tem alguém no Ceará que não pode falar em ingratidão e traição, este é Tasso Jereissati. Ele foi eleito pela máquina do governo Gonzaga Mota, em 1986, mas mesmo antes da diplomação já havia rompido com o Governador que deixou de se candidatar ao Senado para satisfazer às exigências dele. Traiu também os comunistas, socialistas e trabalhistas cearenses que ajudaram-no a se eleger pela primeira vez. Depois traiu Sérgio Machado e, como presidente nacional do PSDB, traiu o candidato do seu partido à Presidência, José Serra, o “Zé” Traíra, em 2002. Em seguida foi a vez do governador tucano Lúcio Alcântara ser apunhalado pelas costas, nas eleições de 2006, quando perdeu a eleição para o atual governador Cid Gomes.
Os cearenses e, nomeadamente os servidores públicos estaduais, têm enormes motivos para se sentir traídos por Jereissati que, sem consultar ninguém, desmontou o Estado cearense, levando à rua da amargura centenas de milhares de famílias em decorrência das suas políticas neoliberais.
Ele extinguiu a CEPA – Comissão Estadual de Planejamento Agrícola; a EPACE – Empresa de Pesquisa Agropecuária; a CODAGRO – Companhia de Desenvolvimento Agrícola; o BANDECE – Banco de Desenvolvimento do Ceará; a IOCE – Imprensa Oficial do Ceará; a COHAB – Companhia de Habitação; a Teleceará e outros órgãos essenciais ao desenvolvimento do Ceará.
Contra a vontade da maioria dos cearenses, inclusive usando da truculência policial, vendeu a COELCE – Companhia de Eletricidade do Ceará, empresa enxuta e superavitária, um dos maiores patrimônios do nosso povo. Até hoje não se sabe o destino do dinheiro da Coelce. Jereissati declarou que R$ 600 milhões, do R$ 1 bilhão da venda, seriam destinados a um fundo previdenciário, mas até hoje esse dinheiro não apareceu. Igualmente causou um enorme prejuízo aos cearenses ao levar o BEC – Banco do Estado do Ceará – a quase falência, tendo de federalizá-lo por R$ 900 milhões. No governo tucano de Lúcio Alcântara o BEC, que era orgulho dos cearenses. foi vendido ao Bradesco.
A infame campanha contra Cid e Ciro Gomes, a partir de uma matéria mentirosa da revista Veja (o lixo do jornalismo brasileiro), teve o respaldo de Jereissati, sabendo este que tudo não passava de mentiras daquela panfletária semanal da Editora Abril. Cid e Ciro, estes, sim, têm motivos de sobra para ter mágoas de Jereissati. Mesmo sabendo tratar-se de mentiras, o senador tucano além de não condenar as infâmias da Veja, ainda alimentou a sua divulgação.
Cid Gomes tem outros motivos para ter mágoas do senador tucano, pois este foi um dos responsáveis pelo fim da CPMF que destinaria um R$ 1 bilhão por ano para a saúde no Ceará. Nesses quatro anos o Ceará deixou de receber R$ 4 bilhões, dinheiro esse que daria para ter construído grandes e médios hospitais em todas as regiões do Estado, acabado com as filas nos hospitais e também remunerar melhor os profissionais da área de saúde, conforme enfatizou o secretário estadual de Saúde, Arruda Bastos.
A última traição do Tasso Jereissati foi ao candidato do seu partido, o “Zé” Traíra, durante toda a campanha do primeiro turno que findou no último domingo. Além de não pedir votos para o “Zé” Traíra, o senador o escondeu do seu material de campanha. Agora, no ostracismo, diz que vai trabalhar para derrotar a candidata petista Dilma Rousseff no segundo turno. Essa alma quer reza. Ou, numa hipotética vitória do candidato das forças do atraso, um ministério, de preferência o da Fazenda.
Mas o Galeguim dos Zói Azul pode tirar o cavalinho da chuva porque os brasileiros não vão permitir um retrocesso. Todas as mentiras, calúnias e difamações assacadas contra Dilma Rousseff durante o primeiro turno serão desmascaradas. O Brasil será governado, pela primeira vez, por uma mulher. Mulher de fibra, de coragem, e que está compromissada com as mudanças ocorridas nos últimos oito anos, e que vão ter sequência, avançando muito mais com ela.
Cid evita criticar Luizianne e admite: parceria em 2012 dependerá do nome que ela indicar
O governador Cid Gomes (PSB) evitou fazer qualquer tipo de avaliação sobre a administração da prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT). Foi nesta quarta-feira, durante o projeto “Debates Especiais – Grandes Nomes”, na rádio O POVO/CBN. Cid preferiu dizer que era “muito grato” ao apoio que Luizianne lhe deu na eleição de 2006 e que por ela tem muito “carinho”. Mesmo sob insistência ainda acerca da gestão da petista, ele reiterou que não faria avaliação.
Cid, no entanto, sobre a disputa de 2012, observou que, embora a Prefeitura seja o “lugar natural” do PT”, que está no comando, isso não lhe obriga a fechar acordo. Ele afirmou que seu apoio a um nome respaldado por Luizianne “vai depender da pessoa que vier”. Caso entenda que não seja aquilo que gostaria para a cidade, poderá se sentir livre para tomar outro rumo.
Cid, no entanto, sobre a disputa de 2012, observou que, embora a Prefeitura seja o “lugar natural” do PT”, que está no comando, isso não lhe obriga a fechar acordo. Ele afirmou que seu apoio a um nome respaldado por Luizianne “vai depender da pessoa que vier”. Caso entenda que não seja aquilo que gostaria para a cidade, poderá se sentir livre para tomar outro rumo.
Medalha dos Direitos Humanos para o Padre Moacir Artigo do Messias Pontes para 08.12.10
A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará homenageia, anualmente, uma pessoa ou entidade que mais tenha se destacado na defesa dos direitos humanos. Presidida pelo pedetista Heitor Férrer nos últimos quatro anos , a Comissão tem acertado em cheio na escolha dos agraciados. Em 2007 o homenageado foi D. Edmilson da Cruz, ex-bispo auxiliar de Fortaleza à época de D. Aloísio Lorscheider e bispo emérito de Limoeiro do Norte; em 2008 foi a vez do professor e padre Manfredo Oliveira; no ano passado, in memorian, foi Wanda Rita Othon Sidou, advogada de presos políticos das mais aguerridas, defendeu a maioria dos perseguidos pela ditadura militar no Ceará, a mim inclusive.
Este ano, a sensibilidade do deputado Heitor Férrer mais uma vez fez justiça e mereceu os aplausos de todos ao indicar e escolher por unanimidade da Comissão o padre Moacir Cordeiro Leite, figura muita querida em todo o Ceará e comprometido desde sempre com a defesa dos direitos humanos.
Ao contrário da grande maioria dos seus colegas, padre Moacir ingressou no seminário já adulto, fazendo Filosofia e Teologia em Olinda – Pernambuco e não em Fortaleza. Mas foi ordenado por D. José de Medeiros Delgado, em seis de janeiro de 1966, na Catedral Metropolitana de Fortaleza. Do dia da sua ordenação até 1970, trabalhou com a Juventude da Arquidiocese de Fortaleza, apoiando e sempre estando presente na luta dos estudantes secundaristas e universitários contra a ditadura militar, conquistando as mentes e os corações daquela juventude e dos democratas que buscavam a liberdade e a justiça.
Em 1970, padre Moacir foi morar no aprazível município de Aratuba, no Maciço de Baturité, com outra extraordinária figura,o padre José Maria Cavalcante. Ali foi pároco durante 32 anos, trabalhando na formação das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e na Comissão Pastoral da Terra (CPT). Defensor intransigente da reforma agrária, angariou a simpatia dos camponeses, mas ao mesmo tempo o ódio mortal dos latifundiários e das oligarquias políticas que passaram a persegui-lo. Mas ele nunca se intimidou e contou sempre com o irrestrito apoio de D. Aloíso Lorscheider, cardeal arcebispo de Fortaleza e figura muito respeitada, e de todos os democratas cearenses.
Há oito anos no município de Cascavel (litoral leste cearense), na primeira missa após sua posse naquela paróquia, em 24 de fevereiro de 2002, Padre Moacir aboliu as taxas por ocasião dos sacramentos: batismo, casamento, missas e até batistérios. O dízimo sem taxas começou a mudar a participação na Paróquia. Mudou completamente os festejos dos padroeiros, excluindo a venda de bebida alcoólica, bingos, rifas, taxas de barracas, e com isso crescendo a parte religiosa e espiritual dos fieis.
Desde sua ordenação sacerdotal, ele tem sido um ferrenho defensor da Teologia da Libertação, priorizando a atuação junto aos excluídos. A denúncia da concentração da renda e da terra foi uma constante em sua atuação, fortalecendo a luta pela reforma agrária que ganhava sempre mais adeptos. Isso resultou na desapropriação das fazendas Cajueiro, Vídeo, Jardim, Caiçara, Alegre, Santa Helena, Transval, Logradouro I, Logradouro II, Tiracanga I, Tiracanga II, Carnaubal, Nova Vitória, Armadores, Grossos, Entre - Rios e Ipueira das Vacas.
A ação do Padre Moacir no trabalho de conscientização dos trabalhadores e pequenos proprietários rurais tem rendido muitos frutos. Tanto assim que os seus paroquianos não embarcaram na canoa furada de alguns padres e bispos conservadores que fizeram o jogo da direita nas eleições presidenciais deste ano. Moacir sempre condenou a homofobia, a hipocrisia e todo tipo de preconceito, defendendo acima de tudo os direitos humanos. Daí o reconhecimento de quem o conhece.
Como acontece anualmente, a entrega da Medalha será no plenário da Assembléia, às 15 horas do dia 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. Na mesma solenidade, o conselheiro Narciso Fernandes, da Comissão Especial da Anistia do Ministério da Justiça, proferirá palestra sob o tema Anistia Política Hoje no Brasil.
Certamente, o plenário 13 de Maio, da Assembléia Legislativa, deverá ser pequeno para acomodar tanta gente que irá prestigiar o evento e abraçar esse grande defensor dos direitos humanos.
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Brasil está entre países que mais evoluíram em educação
Brasil está entre países que mais evoluíram em educação na década
O Brasil está entre os três países que alcançaram a maior evolução no setor educacional na última década. É o que apontam os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) de 2009, divulgados nesta terça-feira (7).
A prova é aplicada a cada três anos pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e avalia o conhecimento de estudantes de 15 anos de idade em matemática, leitura e ciências. No ano passado, participaram 65 países.
O Brasil ingressou no Pisa em 2000. Desde então, a média entre as três provas — considerando os resultados em leitura, matemática e ciências — subiu de 368 para 401 pontos. Nesse mesmo período, apenas dois países conseguiram melhorias superiores aos 33 pontos alcançados pelo Brasil: Chile (mais 37 pontos na média) e Luxemburgo (mais 38 pontos).
Na média, os países-membros da OCDE ficaram estagnados de 2000 a 2009, sem avanços. O Brasil estabeleceu metas de melhorias no Pisa, como as que já existem para o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Para 2009, o objetivo era atingir 395 pontos, o que foi superado. Em 2021, o país precisa alcançar 473 pontos — média dos países da OCDE.
Ex-lanterna
Na avaliação do ministro da Educação, Fernando Haddad, os resultados desmontam a teoria de que o Brasil estaria sempre em defasagem em relação aos países desenvolvidos, já que somente em 2022 atingiria níveis semelhantes na avaliação. “O mundo está estagnado do ponto de vista da qualidade [da educação]. Embora alguns países da OCDE tenham melhorado, outros pioraram e, na média, ficaram estagnados. Em educação sempre há espaço para melhorar — mas o mundo desenvolvido está com dificuldade em fazer a sua média subir”, afirmou.
Para Haddad, o “pior momento” da educação brasileira foi no início da década, entre 2000 e 2001, quando o país ocupou a lanterna no ranking do Pisa. Segundo o ministro, essa tendência está revertida e parte dos avanços se deve às mudanças no sistema de avaliação do país, especialmente a criação do Ideb em 2005 que atribui e divulga nota para cada escola pública.
“Não tenho dúvida que isso impactou muito favoravelmente, mexeu com a educação no Brasil. Em 2006, quando divulgamos pela primeira vez os resultados por escola, informamos diretores, professores, passamos a fazer formação [de professores]. Estamos só colhendo os resultados dessa percepção de que a aprendizagem estava afastada do cotidiano da escola”, afirma Haddad. O maior crescimento – de 17 pontos – se deu no último triênio (2006-2009), destacou o ministro.
Haddad ressaltou que a escola não pode se ocupar somente dos resultados em avaliações, mas não pode esquecer que está formando alunos que “precisam ter proficiência nas disciplinas básicas. “A educação não se reduz a isso, os testes padronizados são importantes, mas não esgotam a questão. A educação transcende esses testes, mas a avaliação é um elemento que estava faltando na cultura escolar”, apontou.
O relatório da OCDE também destaca a criação do Ideb como ação importante para a melhoria dos resultados e aponta o Brasil como exemplo a ser observado por outros países com baixa proficiência.
“O país investiu significativamente mais recursos em educação, aumentando os gastos em instituições de ensino de 4% do PIB [Produto Interno Bruto] em 2005 para 5% em 2009, alocando mais recursos para melhorar o salário dos professores. Também gastou o dinheiro de forma mais equitativa do que no passado. Recursos federais agora são direcionados para os estados mais pobres, dando às escolas recursos comparáveis aos que são disponibilizados nos mais ricos”, diz o relatório, em referência ao Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), criado em 2006.
Da Redação, com informações da Agência Brasil
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Brasil precisa de comunicadores sociais, diz Lula a rádios comunitárias
Rede Brasil Atual 2 de dezembro de 2010 às 17:28h
O presidente Luis Inácio Lula da Silva concedeu, nesta quinta-feira (2), uma entrevista a 10 repórteres de rádios comunitárias integrantes da Abraço (Associação Brasileira de Rádios Comunitárias). A transmissão teve sinal aberto, para que outras rádios a retransmitissem, e pôde ser acompanhada ao vivo pela Rede Brasil Atual e diversos outros sites.
O presidente destacou a importância das rádios comunitárias e seu papel na valorização da identidade cultural de cada localidade. “O carinho que eu tenho pela rádio comunitária é de muito antes de eu chegar à presidência”, disse. Ele defendeu que as comunidades precisam dar valor à sua própria experiência cultural e política e não apenas valorizar o que vem de fora – em geral dos principais estados do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro. “Na maioria das cidades do interior do nordeste as pessoas não viam a propaganda do candidato do estado, viam as propagandas que vinham de São Paulo, via antena parabólica”, esclareceu.
“Rádio comunitária joga papel extraordinário no Brasil. Um cidadão que está numa sala com ar condicionado numa rádio tradicional não tem noção do que é isso”, afirmou Lula. “Acho que a rádio comunitária preocupa muito mais o tubarão do que o avião”, disse, brincando com as acusações recorrentes da maioria da imprensa de que as rádios sem concessão podem influenciar na comunicação entre aeronaves e torres de comando, causando eventuais acidentes. Os representantes cobraram mais apoio do governo para as rádios comunitárias, na forma de financiamento e programas de capacitação.
O tema central da conversa foi o debate sobre as comunicações. O presidente destacou os avanços feitos no governo como a realização da Confecom (Conferência Nacional de Comunicação), e indicou o marco regulatório das comunicações como o próximo passo. “A Confecom abriu os olhos da sociedade e os olhos do próprio governo para a realidade do que pode acontecer nos meios de comunicação no Brasil”, explicou o presidente.
Lula voltou a defender que depois da conferência, o país não deverá retroceder no debate da regulação dos meios de comunicação. Ele convocou os membros das rádios comunitárias e de outros meios de comunicação alternativa a se prepararem para a discussão desses temas, com cada vez mais profundidade e consciência de sua importância. “Esse debate tem que acontecer agora, porque nós temos uma legislação de 1962, é uma coisa muito antiga”, declarou. “O padrão de informação mudou. Hoje, uma rádio comunitária com um computador pode dar a mesma informação que a BBC de Londres em tempo real.”
Orgulho nacional e governo Dilma – Lula falou também de seu governo e de como trouxe uma nova perspectiva ao povo brasileiro sobre si mesmo. “Levantamos a moral do país, eu sentia que a gente tinha um ‘quê’ de não se respeitar, nós achavamos que os outros eram sempre melhores do que a gente, acho que mudamos.”
Para o presidente, a situação foi revertida quando o Brasil mostrou-se economicamente respeitável, não sofrendo abalos com a crise econômica de 2008 e com o sucesso de suas políticas públicas e sociais. Ele lembrou de quando teve que ir à público, através da televisão, acalmar a população e incentivá-la a continuar consumindo normalmente para impedir o resfriamento da economia por conta da crise. “Não precisamos mais ganhar Copa do Mundo para ter orgulho. Todo brasileiro que vai ao exterior volta orgulhoso”, afirmou, recordando que o país não sofre mais efeitos da crise enquanto os EUA e a Europa ainda passam por períodos de recessão.
Lula comentou sobre a continuidade do governo e do ato de “desencarnar da presidência”. Ele disse que apesar das diferenças de história que tem com Dilma, os dois seguirão o mesmo rumo. “Primeiro tenho que me mancar: eu já fui presidente, agora é a vez dela”, explicou.
*Publicada originalmente na Rede Brasil Atual
O presidente destacou a importância das rádios comunitárias e seu papel na valorização da identidade cultural de cada localidade. “O carinho que eu tenho pela rádio comunitária é de muito antes de eu chegar à presidência”, disse. Ele defendeu que as comunidades precisam dar valor à sua própria experiência cultural e política e não apenas valorizar o que vem de fora – em geral dos principais estados do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro. “Na maioria das cidades do interior do nordeste as pessoas não viam a propaganda do candidato do estado, viam as propagandas que vinham de São Paulo, via antena parabólica”, esclareceu.
“Rádio comunitária joga papel extraordinário no Brasil. Um cidadão que está numa sala com ar condicionado numa rádio tradicional não tem noção do que é isso”, afirmou Lula. “Acho que a rádio comunitária preocupa muito mais o tubarão do que o avião”, disse, brincando com as acusações recorrentes da maioria da imprensa de que as rádios sem concessão podem influenciar na comunicação entre aeronaves e torres de comando, causando eventuais acidentes. Os representantes cobraram mais apoio do governo para as rádios comunitárias, na forma de financiamento e programas de capacitação.
O tema central da conversa foi o debate sobre as comunicações. O presidente destacou os avanços feitos no governo como a realização da Confecom (Conferência Nacional de Comunicação), e indicou o marco regulatório das comunicações como o próximo passo. “A Confecom abriu os olhos da sociedade e os olhos do próprio governo para a realidade do que pode acontecer nos meios de comunicação no Brasil”, explicou o presidente.
Lula voltou a defender que depois da conferência, o país não deverá retroceder no debate da regulação dos meios de comunicação. Ele convocou os membros das rádios comunitárias e de outros meios de comunicação alternativa a se prepararem para a discussão desses temas, com cada vez mais profundidade e consciência de sua importância. “Esse debate tem que acontecer agora, porque nós temos uma legislação de 1962, é uma coisa muito antiga”, declarou. “O padrão de informação mudou. Hoje, uma rádio comunitária com um computador pode dar a mesma informação que a BBC de Londres em tempo real.”
Orgulho nacional e governo Dilma – Lula falou também de seu governo e de como trouxe uma nova perspectiva ao povo brasileiro sobre si mesmo. “Levantamos a moral do país, eu sentia que a gente tinha um ‘quê’ de não se respeitar, nós achavamos que os outros eram sempre melhores do que a gente, acho que mudamos.”
Para o presidente, a situação foi revertida quando o Brasil mostrou-se economicamente respeitável, não sofrendo abalos com a crise econômica de 2008 e com o sucesso de suas políticas públicas e sociais. Ele lembrou de quando teve que ir à público, através da televisão, acalmar a população e incentivá-la a continuar consumindo normalmente para impedir o resfriamento da economia por conta da crise. “Não precisamos mais ganhar Copa do Mundo para ter orgulho. Todo brasileiro que vai ao exterior volta orgulhoso”, afirmou, recordando que o país não sofre mais efeitos da crise enquanto os EUA e a Europa ainda passam por períodos de recessão.
Lula comentou sobre a continuidade do governo e do ato de “desencarnar da presidência”. Ele disse que apesar das diferenças de história que tem com Dilma, os dois seguirão o mesmo rumo. “Primeiro tenho que me mancar: eu já fui presidente, agora é a vez dela”, explicou.
O presidente brincou que no futuro vai ter de tomar cuidado para não “ficar fazendo oposição ao governo”, pois na maior parte de sua vida foi isso que ele fez. ”A Dilma não veio de onde eu vim, mas ela vai para onde eu vou. Ela está preparada para fazer muito mais, poruqe o carro já está a 120km por hora, não está parado. Vocês vão ficar surpreendidos positivamente com ela”, afirmou.
Ele finalizou com um pedido aos membros das rádios comunitárias. “Continuem sendo o que vocês são, desaforados, reinvindicadores, mas principalmente comunicadores sociais, porque é disso que o Brasil precisa mais”, concluiu Lula.*Publicada originalmente na Rede Brasil Atual
A Escola Que Queremos
Essa escola é aquela que dá oportunidade a todos, principalmente os que não podem pagar. Ela é cheia de alegria e de esperança e tem a convicção de que a mudança é sempre possível.
Ela permite o estudante a compreender a sua história, a sua realidade, a enxergar-se no seu próprio mundo e a entender os porquês das injustiças.
A escola que queremos nos permite compreender as desigualdades entre homens e mulheres, entre negros e brancos e pobres e ricos. Ensina-nos a diferenciar o opressor do oprimido, a ser sensível com o último e não compactuar com o primeiro.
Quem é educado nessa escola, não somente sabe ler livros, mas também sabe ler as águas, os homens, as mulheres, as crianças, os velhos, enfim todo o mundo que o cerca.
Quem se educa nessa escola tem fome exagerada por justiça e jamais se conforma com a iniqüidade.
Essa escola não somente ensina o educando a ler e compreender a sua realidade, mas, sobretudo capacita-o a mudá-la.
Enfim essa escola que promove a educação para a autonomia, é a que queremos e precisamos.
Prof. Manoel Andrade
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