O presidente Luis Inácio Lula da Silva concedeu, nesta quinta-feira (2), uma entrevista a 10 repórteres de rádios comunitárias integrantes da Abraço (Associação Brasileira de Rádios Comunitárias). A transmissão teve sinal aberto, para que outras rádios a retransmitissem, e pôde ser acompanhada ao vivo pela Rede Brasil Atual e diversos outros sites.
O presidente destacou a importância das rádios comunitárias e seu papel na valorização da identidade cultural de cada localidade. “O carinho que eu tenho pela rádio comunitária é de muito antes de eu chegar à presidência”, disse. Ele defendeu que as comunidades precisam dar valor à sua própria experiência cultural e política e não apenas valorizar o que vem de fora – em geral dos principais estados do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro. “Na maioria das cidades do interior do nordeste as pessoas não viam a propaganda do candidato do estado, viam as propagandas que vinham de São Paulo, via antena parabólica”, esclareceu.
“Rádio comunitária joga papel extraordinário no Brasil. Um cidadão que está numa sala com ar condicionado numa rádio tradicional não tem noção do que é isso”, afirmou Lula. “Acho que a rádio comunitária preocupa muito mais o tubarão do que o avião”, disse, brincando com as acusações recorrentes da maioria da imprensa de que as rádios sem concessão podem influenciar na comunicação entre aeronaves e torres de comando, causando eventuais acidentes. Os representantes cobraram mais apoio do governo para as rádios comunitárias, na forma de financiamento e programas de capacitação.
O tema central da conversa foi o debate sobre as comunicações. O presidente destacou os avanços feitos no governo como a realização da Confecom (Conferência Nacional de Comunicação), e indicou o marco regulatório das comunicações como o próximo passo. “A Confecom abriu os olhos da sociedade e os olhos do próprio governo para a realidade do que pode acontecer nos meios de comunicação no Brasil”, explicou o presidente.
Lula voltou a defender que depois da conferência, o país não deverá retroceder no debate da regulação dos meios de comunicação. Ele convocou os membros das rádios comunitárias e de outros meios de comunicação alternativa a se prepararem para a discussão desses temas, com cada vez mais profundidade e consciência de sua importância. “Esse debate tem que acontecer agora, porque nós temos uma legislação de 1962, é uma coisa muito antiga”, declarou. “O padrão de informação mudou. Hoje, uma rádio comunitária com um computador pode dar a mesma informação que a BBC de Londres em tempo real.”
Orgulho nacional e governo Dilma – Lula falou também de seu governo e de como trouxe uma nova perspectiva ao povo brasileiro sobre si mesmo. “Levantamos a moral do país, eu sentia que a gente tinha um ‘quê’ de não se respeitar, nós achavamos que os outros eram sempre melhores do que a gente, acho que mudamos.”
Para o presidente, a situação foi revertida quando o Brasil mostrou-se economicamente respeitável, não sofrendo abalos com a crise econômica de 2008 e com o sucesso de suas políticas públicas e sociais. Ele lembrou de quando teve que ir à público, através da televisão, acalmar a população e incentivá-la a continuar consumindo normalmente para impedir o resfriamento da economia por conta da crise. “Não precisamos mais ganhar Copa do Mundo para ter orgulho. Todo brasileiro que vai ao exterior volta orgulhoso”, afirmou, recordando que o país não sofre mais efeitos da crise enquanto os EUA e a Europa ainda passam por períodos de recessão.
Lula comentou sobre a continuidade do governo e do ato de “desencarnar da presidência”. Ele disse que apesar das diferenças de história que tem com Dilma, os dois seguirão o mesmo rumo. “Primeiro tenho que me mancar: eu já fui presidente, agora é a vez dela”, explicou.
*Publicada originalmente na Rede Brasil Atual
O presidente destacou a importância das rádios comunitárias e seu papel na valorização da identidade cultural de cada localidade. “O carinho que eu tenho pela rádio comunitária é de muito antes de eu chegar à presidência”, disse. Ele defendeu que as comunidades precisam dar valor à sua própria experiência cultural e política e não apenas valorizar o que vem de fora – em geral dos principais estados do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro. “Na maioria das cidades do interior do nordeste as pessoas não viam a propaganda do candidato do estado, viam as propagandas que vinham de São Paulo, via antena parabólica”, esclareceu.
“Rádio comunitária joga papel extraordinário no Brasil. Um cidadão que está numa sala com ar condicionado numa rádio tradicional não tem noção do que é isso”, afirmou Lula. “Acho que a rádio comunitária preocupa muito mais o tubarão do que o avião”, disse, brincando com as acusações recorrentes da maioria da imprensa de que as rádios sem concessão podem influenciar na comunicação entre aeronaves e torres de comando, causando eventuais acidentes. Os representantes cobraram mais apoio do governo para as rádios comunitárias, na forma de financiamento e programas de capacitação.
O tema central da conversa foi o debate sobre as comunicações. O presidente destacou os avanços feitos no governo como a realização da Confecom (Conferência Nacional de Comunicação), e indicou o marco regulatório das comunicações como o próximo passo. “A Confecom abriu os olhos da sociedade e os olhos do próprio governo para a realidade do que pode acontecer nos meios de comunicação no Brasil”, explicou o presidente.
Lula voltou a defender que depois da conferência, o país não deverá retroceder no debate da regulação dos meios de comunicação. Ele convocou os membros das rádios comunitárias e de outros meios de comunicação alternativa a se prepararem para a discussão desses temas, com cada vez mais profundidade e consciência de sua importância. “Esse debate tem que acontecer agora, porque nós temos uma legislação de 1962, é uma coisa muito antiga”, declarou. “O padrão de informação mudou. Hoje, uma rádio comunitária com um computador pode dar a mesma informação que a BBC de Londres em tempo real.”
Orgulho nacional e governo Dilma – Lula falou também de seu governo e de como trouxe uma nova perspectiva ao povo brasileiro sobre si mesmo. “Levantamos a moral do país, eu sentia que a gente tinha um ‘quê’ de não se respeitar, nós achavamos que os outros eram sempre melhores do que a gente, acho que mudamos.”
Para o presidente, a situação foi revertida quando o Brasil mostrou-se economicamente respeitável, não sofrendo abalos com a crise econômica de 2008 e com o sucesso de suas políticas públicas e sociais. Ele lembrou de quando teve que ir à público, através da televisão, acalmar a população e incentivá-la a continuar consumindo normalmente para impedir o resfriamento da economia por conta da crise. “Não precisamos mais ganhar Copa do Mundo para ter orgulho. Todo brasileiro que vai ao exterior volta orgulhoso”, afirmou, recordando que o país não sofre mais efeitos da crise enquanto os EUA e a Europa ainda passam por períodos de recessão.
Lula comentou sobre a continuidade do governo e do ato de “desencarnar da presidência”. Ele disse que apesar das diferenças de história que tem com Dilma, os dois seguirão o mesmo rumo. “Primeiro tenho que me mancar: eu já fui presidente, agora é a vez dela”, explicou.
O presidente brincou que no futuro vai ter de tomar cuidado para não “ficar fazendo oposição ao governo”, pois na maior parte de sua vida foi isso que ele fez. ”A Dilma não veio de onde eu vim, mas ela vai para onde eu vou. Ela está preparada para fazer muito mais, poruqe o carro já está a 120km por hora, não está parado. Vocês vão ficar surpreendidos positivamente com ela”, afirmou.
Ele finalizou com um pedido aos membros das rádios comunitárias. “Continuem sendo o que vocês são, desaforados, reinvindicadores, mas principalmente comunicadores sociais, porque é disso que o Brasil precisa mais”, concluiu Lula.*Publicada originalmente na Rede Brasil Atual
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