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sexta-feira, 8 de abril de 2011

BOLSA DE MESTRADO NA REDE PÚBLICA - PORTARIA Nº 289, DE 21 DE MARÇO DE 2011


MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
GABINETE DO MINISTRO
PORTARIA Nº 289, DE 21 DE MARÇO DE 2011
DOU de 22/03/2011 (nº 55, Seção 1, pág. 14)
Dispõe sobre a concessão de bolsas de formação para professores da rede pública matriculados em cursos de Mestrado Profissional.
O Ministro de Estado da Educação, no uso de suas atribuições e,
- considerando que a formação continuada de professores da rede pública requer decisão nacional de caráter estratégico para a melhoria da qualidade da Educação Básica;
- considerando o estabelecido na Portaria Normativa MEC nº 17, de 28 de dezembro de 2009 que dispõe sobre o mestrado profissional no âmbito da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES;
- considerando que a Educação Básica é caracterizada como "área excepcionalmente priorizada", nos termos do Art. 11 da referida Portaria normativa;
- considerando a necessidade de estimular a formação de mestres profissionais habilitados para desenvolver na sala de aula atividades e trabalhos técnico-científicos criativos e de caráter formativo em temas de interesse da educação pública, conforme disposto no caput da Portaria Normativa MEC nº 17;
- considerando ainda a importância dessa formação para a qualificação de professores vinculados ao ensino de matemática, ciências e outras áreas das licenciaturas nas escolas públicas;
considerando ademais que os salários dos professores da rede pública da educação básica são, em geral, insuficientes para a manutenção como alunos de um programa de pós-graduação, com necessidades específicas de aquisição de material escolar, livros, transporte e outras inerentes às demandas da pós-graduação;
- considerando finalmente a necessidade de se dar o necessário apoio financeiro e uma atmosfera de formação qualificada, aos professores da rede pública matriculados em cursos de Mestrado Profissional especializados possibilitando uma efetiva experiência de aprendizagem de alto nível, resolve:
Art. 1º - Criar a Bolsa de Formação Continuada destinada a professores da Rede Pública da Educação Básica, regularmente matriculados em cursos de Mestrado Profissional ofertados pelas instituições de ensino superior, devidamente aprovados pela CAPES na modalidade de educação a distância via Universidade Aberta do Brasil (UAB).
§ 1º - As Bolsas de Formação Continuada serão implementadas no mês de março de cada ano e terão vigência máxima de 24 meses.
§ 2º - O aluno selecionado para receber a bolsa de que trata a presente portaria, poderá acumular a sua bolsa de formação concedida pela CAPES com o salário pago pela escola da rede pública da educação básica a que estiver efetivamente vinculado.
§ 3º - Tendo como base situações específicas do interesse do Estado, a bolsa de formação continuada poderá ser concedida, a critério da CAPES, a professores da educação básica matriculados em cursos de Mestrado Profissional devidamente aprovados pela CAPES e ofertados na modalidade presencial.
Art. 2º - Os professores beneficiados com a Bolsa de Formação Continuada de que trata esta Portaria, assinarão com a CAPES Termo de Compromisso assegurando continuar atuando, por um período não inferior a cinco anos após a diplomação, como Professor da Rede Pública, desenvolvendo além das atividades docentes, outros trabalhos em temas de interesse público visando a melhoria da qualidade da Educação Básica nas escolas públicas a que estiverem vinculados.
Parágrafo único - O não cumprimento pelo aluno-bolsista do compromisso de que trata este artigo implicará na devolução dos valores aplicados pela CAPES durante o período em que usufruiu da concessão da referida bolsa.
Art. 3º - A concessão da Bolsa de Formação Continuada tem como abrangência os alunos matriculados a partir de 2011 nos cursos de mestrado profissional já em funcionamento no país, aí incluídos o Programa de Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional (PROFMAT) sob a supervisão do IMPA e o Curso de Mestrado Profissional para Professores de Biologia desenvolvido pelo INMETRO, ambos recentemente aprovados pelo Conselho Técnico-Científico da Educação Superior da CAPES, com previsão de inscrição de alunos a partir de março de 2011.
Art. 4º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
FERNANDO HADDAD

Secretário Executivo da Seduc, Idilvan Alencar visita escola técnica de Pentecoste

Na tarde de terça-feira dia 05 de abril, o Secretário Executivo da Seduc, Idilvan Alencar, visitou as instalações da Escola Profissionalizante de Pentecoste.

O Secretário Execultivo estava na companhia do fundador do PRECE, professor Manoel Andrade onde visitaram as instalações da escola profissionalizante que será inagurada em junho.
 
http://raimundomoura.blogspot.com/2011/04/na-tarde-de-dia-05-de-abril-o.html 

A insanidade da direita - Artigo do Messias Pontes para 06.04.11


A direita brasileira, a cada dia que passa, torna-se mais reacionária, mais cafajeste, mais cruel. Alimentada pelo ódio de classe, essa direita insana, felizmente, está cada dia mais desmoralizada, no que pese o irrestrito apoio da velha mídia conservadora, venal e golpista tendo à frente o GAPE: Globo, Abril, Folha e Estadão.
Dois fatos chamaram a atenção há uma semana e explicitam muito bem a insanidade da direita brasileira: o racismo e homofobia do famigerado deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), capitão da reserva do Exército, e o ódio externado pelo ex-deputado federal (DEMO-Ba) José Carlos Aleluia ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A impunidade tem alimentado os atos insanos do parlamentar carioca, pois a quebra do decoro parlamentar ao longo dos seus seis mandatos  é uma constante. Esse elemento – coisa muito ruim – tem desafiado e desmoralizado o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Agora a sociedade começa a reagir e exigir a apuração e punição, inclusive com a perda do mandato. A prepotência desse calhorda é tamanha que ele declarou não ter medo de nenhum processo movido contra ele na Câmara.
No último dia 28, ao responder a uma pergunta da cantora e apresentadora Preta Gil (filha do cantor, compositor e ex-ministro Gilberto Gil) a um programa da TV Bandeirantes, sobre o que faria se um filho seu casasse com uma negra, Bolsonaro enfatizou: “Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco porque meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu”.
Pelo menos quatro processos correm contra ele na Câmara dos Deputados e manifestações de repúdio acontecem em todo o País. Ontem, a Câmara Municipal de Fortaleza, por iniciativa do vereador Ronivaldo Maia (PT), aprovou moção de repúdio ao deputado federal do PP carioca. O vereador Guilherme Sampaio (PT), que subscreveu o requerimento juntamente com muitos outros colegas, afirmou que o requerimento aprovado é a expressão política da Casa, e sugeriu que todas as casas legislativas brasileiras tivessem a mesma atitude e encaminhassem ao Congresso Nacional moções de repúdio a Bolsonaro. Todos defendem a cassação do deputado racista, reacionário e homofóbico.
A União da Juventude Socialista (UJS) também entra em campo contra o racismo e reforça a convocação para o ato que irá ocorrer nesta quarta-feira 6, na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, em Brasília, no qual será pedida a cassação de Bolsonaro. Além do ato, está disponível ainda um abaixo-assinado na internet em prol da cassação do parlamentar que também é defensor da tortura, crime de lesa-humanidade, portanto imprescritível e inafiançável. A cassação do deputado Jair Bolsonaro tornou-se um clamor nacional. Ele não pode continuar impune cometendo vários crimes e desrespeitando a Constituição Cidadã de 1988.
Outro elemento pernóstico que demonstrou mais uma vez o seu ódio de classe e o desprezo pelo povo e as classes trabalhadoras é o derrotado deputado baiano José Carlos Aleluia. Este teve o desplante de publicar carta, endereçada ao professor João Gabriel Silva, reitor da Universidade de Coimbra (Portugal), externando seu protesto contra a concessão da homenagem prestada ao ex-presidente Lula. “Na condição de professor universitário venho perante V. Excelência manifestar a minha perplexidade – e porque não dizê-lo, indignação diante da concessão do título de doutor honoris causa, pela instituição que ora V. Excelência representa, ao ex-presidente da República do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva”.
O indigitado ex-deputado baiano, numa demonstração de prepotência, arrogância e mau-caratismo conclui afirmando: “Esteja certo de que, com esse passo temerário, de um só golpe, a Universidade de Coimbra deu-nos uma clara demonstração de não ter qualquer compromisso com o respeito à memória que seus antecessores souberam construir”
É esse tipo de gente que advoga com unhas e dentes o golpe militar de 1º de abril de 1964 e defende as cruéis torturas institucionalizadas como método de interrogatório nos porões da ditadura militar. Tortura é crime contra a humanidade.
São uns insanos!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Lei do piso do professor vale para todo o país, decide STF

O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quarta-feira (6), por 8 votos a 1, a validade da Lei do Piso Nacional do Magistério. Após adiar por duas vezes o julgamento do mérito da matéria, o Supremo rejeitou a ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) 4167. A ação alegava que a lei era inconstitucional, e havia sido impetrada por cinco Estados.
A lei, que foi sancionada em 2008, determinava o rendimento mínimo por 40h semanais de trabalho para professores da educação básica da rede pública. O valor atual do piso é de R$ 1.187,14, que passa a ser considerado como o “vencimento básico” da categoria, ou seja: gratificações e outros extras não podem contar como parte do piso.
Os ministros Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e Ayres Britto  votaram a favor do piso; as ministras Cármen Lúcia e Ellen Gracie o aprovaram parcialmente; e o voto do ministro Marco Aurélio Mello e Gilmar Mendes foram contrário à lei.
Os proponentes da ADI queriam que o termo “piso” fosse interpretado como remuneração mínima, incluindo os benefícios, sob a alegação de que os Estados e municípios não teriam recursos para arcar com o aumento.
“Não há restrição constitucional ao uso de um conceito mais amplo para tornar o piso mais um mecanismo de fomento à educação”, defendeu o ministro Joaquim Barbosa, relator da ação, durante seu voto.

Além disso, os representantes dos Estados contrários ao piso alegaram que haveria cidades que não teriam verbas suficientes para cumprir a lei e que a norma feria o pacto federativo previsto na Constituição, uma vez que dizia respeito ao orçamento e à gestão de Estados.
Tempo para atividades extraclasse ainda será discutido
Por meio da ação impetrada no mesmo ano da sanção da lei, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Ceará também questionavam pontos específicos, tais como a regra de que um terço da carga horária do professor deveria ser reservada para atividades extraclasse, como planejamento de aula e atualização. Esse dispositivo foi suspenso pelos ministros à época da aprovação da lei, e voltou a ser discutido hoje.
Parte dos ministros considerou que há invasão da competência legislativa dos entes federativos (estados e municípios) e, portanto, violação do pacto federativo. Com isso, não se chegou ao quórum necessário de seis votos para a declaração de constitucionalidade ou inconstitucionalidade dessa norma.
O ministro Ayres Britto, que presidiu a sessão, afirmou que a votação deste item deve ser retomada na próxima semana.
*Com informações da Agência Brasil e do STF
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-04-06/stf-confirma-constitucionalidade-do-piso-nacional-dos-professores-como-vencimento-inicial

Supremo mantém o piso nacional


Votação no STF confirmou ontem a constitucionalidade da lei que institui o piso nacional de R$ 1.187,97
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) declararam ontem a constitucionalidade da Lei 11.738/2008, no ponto em que regulamenta o piso nacional - vencimento básico - para os professores da educação básica da rede pública.

A decisão, que é considerada uma vitória pelos professores de todo o Brasil, ficou definida após votação de sete votos a dois, prevalecendo o entendimento a favor da constitucionalidade da matéria.

Segundo a legislação, o piso nacional foi fixado em R$ 1.187,97 para este ano. A decisão foi tomada no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) ajuizada no Supremo pelos governos dos estados do Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Ceará.

A constitucionalidade do parágrafo 4º do artigo 2º, que determina o cumprimento de no máximo 2/3 da carga horária do magistério em atividades de sala de aula, ainda será analisada pela Corte.

"Estamos satisfeitos de que o STF tenha finalmente votado essa ação e concluído a favor dos professores. Afinal, o papel do tribunal é zelar pelo cumprimento da lei. E o piso nacional dos professores, com direito a um terço da carga horária para extra-sala, é lei. Então, tem de ser cumprida", afirma o deputado federal Chico Lopes (PCdoB-CE). O parlamentar avalia que essa conquista dos professores brasileiros é fruto de décadas de mobilização.

A decisão também foi comemorada pelo professor Anízio Melo, presidente do Sindicato dos Servidores e Professores em Educação do Estado do Ceará (Apeoc), que classificou o dia de ontem como um marco histórico de "uma luta que já leva um século". "É a grande notícia dos últimos tempos", afirma Melo, lembrando os 25 mil professores da rede estadual cearense e os 70 mil da rede municipal em todo o Estado.

"Considero uma vitória da educação e da sociedade brasileira", diz o professor. Para Anízio Melo, o piso nacional, aliado à redução da jornada de trabalho, será importante para garantir ao professor condições para buscar uma melhor qualificação. "Isso vai garantir uma maior interação do professor com as questões sociais", acrescenta o presidente da Apeoc.

Melo diz que é hora de cada Estado discutir agora o financiamento da educação "para completar o ciclo" e que os Estados e municípios devem começar a rever seus planos de carreira.

Posição vergonhosa
O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, a vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat, e os advogados de entidades de classe dos trabalhadores em educação defenderam a integralidade da lei.

Diversos deles citaram a posição vergonhosa do Brasil, em termos de educação mundial (88º lugar entre 127 países, segundo a Unesco, e 53º entre 65 países, segundo a OCDE). Adams destacou que o Brasil é um dos países que pior remuneram seus professores. Diante disso e das más condições de trabalho, é cada vez menor o número, entre os melhores alunos do ensino fundamental e médio, que escolhem o magistério.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Lei do Piso vale integralmente


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06-04-2011
Foto: Renato AlvesApós 6 horas de julgamento, STF confirma: Lei do Piso é constitucional
Hoje foi um dia histórico para a educação pública brasileira. Por 7 a 2  ficou decretado que todos os estados e municípios deverão cumprir integralmente a Lei do Piso Salarial dos Professores. A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4167, que contesta a Lei do Piso (11.738/08), impetrada por governadores de cinco estados foi votada hoje (06) no Supremo Tribunal Federal (STF) em julgamento que durou cerca de seis horas.

Fotos no link: http://twitpic.com/photos/CNTE_oficial
No Plenário 100 pessoas assistiram ao julgamento. Do lado de fora, aproximadamente 500 educadores assistiram, em telão instalado pela CNTE, ao voto de cada ministro.
“Este é o primeiro passo para a valorização dos educadores e resgate da profissão que tem sido tão injustiçada durante anos”, afirmou o presidente da CNTE, Roberto Franklin de Leão.

Após advogados terem discursado a favor e contra a Ação, o ministro Relator Joaquim Barbosa proferiu voto e considerou a ADI 4.167 improcedente. Seguiram com o relator os ministros Luis Fux, Ricardo Lewandowski, Celso Melo e Aires Brito. Em favor dos governadores “traidores da educação pública” foram os ministros Gilmar Mendes e Marco Aurélio. As ministras Ellen Gracie e Carmen Lúcia votaram pela improcedência parcial da Ação.

A cada voto proferido pelos ministros a reação dos educadores que se concentravam na Praça dos Três Poderes era grande. Vaias, aplausos, gritos afirmando que “Piso é Lei” podiam ser ouvidos por quem passava no local. Ao fim do julgamento, o presidente da CNTE se dirigiu às centenas de educadores que permaneciam na Praça dos Três Poderes e comemorou com eles a vitória. “Foi um julgamento muito emocionante. A gente revê toda a luta e vê que valeu à pena. O STF foi sensível ao nosso clamor e esta é uma vitória de todos os educadores e daqueles que lutam por uma educação pública de qualidade”, comemorou Leão ao final do julgamento. (CNTE, 06/04/11)
http://www.cnte.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=6749&Itemid=52

STF garante piso salarial dos professores

O Supremo Tribunal Federal julgou constitucional o piso nacional dos professores que foi questionado por cinco Estados, entre eles o Ceará. A decisão, tomada após cinco horas de sessão, deu ganho de causa à Confederação Nacional dos Professores. Havia uma ação direta de inconstitucionalidade interposta por esses Estados.
O piso era de R$ 950, 00 e foi para cerca de R$ 1.117,00.
Com a decisão, o governador Cid Gomes (PSB), por exemplo, que questionou a medida, terá que pagar o novo valor do piso dos docentes.
Tem mais: a luta agora será para que os professores recebam valores retroativos, pois a lei do piso nacional é de 2008.
“A luta da categoria foi vitoriosa e vamos agora nos mobilizar para que os professores recebam os atrasados”, disse para o Blog o deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB), que fez parte do grupo parlamentar que se mobilizou em favor da categoria.

http://blog.opovo.com.br/blogdoeliomar/stf-garante-piso-salarial-dos-professores/?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+OPovoOnline-BlogDoEliomar+%28O+Povo+Online+-+Blog+do+Eliomar%29&utm_content=Twitter

Professores municipais paralisam atividades


A categoria realiza durante toda esta terça-feira, 5 o Dia de Luta pelo Piso na Carreira do Magistério. O ato acontece no final do calçadão da rua João Pessoa, Centro
05/04/2011 - 14:48
Professores denunciam caos nas escolas por meio de baners (Fotos: Portal Infonet)
“Desde que assumiu, o prefeito Edvaldo Nogueira (PCdoB) vem causando prejuízos ao magistério. Primeiro mudou a carreira do magistério e depois apresentou dois reajustes para a categoria, um de 15,85% para apenas 45 profissionais e 6% para todo o restante. Nós estamos lutando pela aplicação do Piso em sua carreira e o prefeito não vem fazendo isso. Está desrespeitando a Lei”.

O desabafo foi feito na manhã desta terça-feira, 5, pela presidente do Sindicato dos Professores do Município de Aracaju (Sindipema), Maria Elba Silva, durante ato público no calçadão da rua João Pessoa. A manifestação seria na Praça Fausto Cardoso, mas fiscais da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) não permitiram que os professores armassem
Ato é realizado no calçadão
a tenda, alegando que o sindicato não fez um agendamento prévio. “Isso nunca tinha acontecido”, lamenta Maria Elba.

Os professores conseguiram, após a intervenção da imprensa, montar a tenda no final do calçadão da rua João Pessoa, quando distribuíram panfletos à população e coletaram assinaturas com a finalidade de mostrar ao prefeito Edvaldo Nogueira e ao secretário municipal de Educação, Antônio Bittencourt, a importância de cumprir a Lei do Piso desde o início da carreira do magistério.
“Ano passado, o prefeito deu um corte de 5% na mudança de
Maria Elba: "Prefeito só causa prejuízos ao magistério"
título e quando é este ano não reconhece o Piso, dando apenas o reajuste de 6%, quando deveria estar pagando os 15.85% que é o valor do reajuste do MEC. Ele contemplou apenas 45 professores e o restante recebeu apenas 6%, o que não é justo”, reclama Maria Elba, lembrando que o nível inicial passou a ser de R$ 1.187, o que vem achatando os salários.

Luta
Maria Elba disse ainda que o Dia de Luta pelo Piso na Carreira do Magistério tem por finalidade “mostrar a população que não trata-se de uma luta corporativista, mas em defesa da escola pública, de uma educação de qualidade. O sucesso dos alunos
Professor Roberto Silva: "Salas interditadas"
não está apenas no trabalho dos professores, passa por escolas arejadas, sanitários adequados, merenda, enfim, de toda uma estrutura, o que não vem acontecendo nas escolas municipais de Aracaju”, enfatiza.

Na ocasião, os professores mostraram às pessoas que passavam pelo calçadão banners com fotos denunciando a situação de abandono nos estabelecimentos de ensino. “Eu trabalho na Escola Tancredo Neves, no bairro Ponto Novo. Ali o caos se instalou: são salas interditadas por conta das infiltrações, banheiros sujos, laboratórios de informática com dez computadores, mas nenhum funciona, enfim, a situação é mesmo de abandono. Só o mato foi capinado depois das
Na Escola João Batista Souza Douglas, um esgoto aberto
reclamações de que estava havendo proliferação de ratos”, desabafa o professor Roberto Silva.

Semed
O secretário municipal de Educação, Antônio Bittencourt informou que somente 51 professores de nível médio jornada de 40 horas semanais, recebem salários no valor de R$ 1.187,00. “O restante recebe salários superiores ao piso estabelecido pela lei nacional, com uma média salarial de R$ 3.543,00. Os salários possuem um valor escalonado, sendo menores para os níveis iniciais e maiores para os níveis finais. Esses últimos chegam a receber mais de R$ 6 mil”, afirma.
No Presidente Vargas, lixo e matagal
"A Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal de Educação, sempre esteve à inteira disposição para atender as reivindicações e manter o diálogo aberto com toda a categoria. O investimento de R$ 21 milhões na modernização das escolas, convênios no valor de R$ 3 milhões para a manutenção dos espaços físicos, atividades complementares para a formação dos docentes constituem, junto com a valorização do piso salarial, alguns dos principais esforços do município em promover uma educação de qualidade e que estimule os profissionais de toda a classe docente", garante.

Por Aldaci de Souza
http://www.infonet.com.br/educacao/ler.asp?id=111696&titulo=educacao 

Guaraciaba do Norte terá Escola de Educação Profissional

EEEPO governador Cid Gomes e a secretária Izolda Cela inauguram nesta quarta-feira, dia 6, às 20h30min, a Escola Estadual de Educação Profissional Deputado José Maria Melo, no município de Guaraciaba do Norte, região da Ibiapaba. A unidade tem capacidade para 540 alunos que vão cursar o ensino médio ao mesmo tempo em que poderão optar por um dos quatro cursos técnicos ofertados: agroindústria; edificações; finanças e floricultura. O investimento é da ordem de R$ 7,9 milhões, oriundos dos Governos Federal e Estadual.

A estrutura de 4,5 mil metros quadrados é constituída de 12 salas de aula, auditório para 201 lugares, biblioteca e bloco pedagógico-administrativo. Os estudantes terão também laboratórios de Línguas, Informática, Química, Física, Biologia e Matemática. O prédio dispõe de ginásio poliesportivo e um teatro de arena com estacionamento para 40 vagas.

A Escola de Educação Profissional José Maria Melo fará parte da 5ª Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação(Crede), localizada em Tianguá. Será a quinta escola da rede estadual implantada na região com a oferta do mesmo nível de ensino. Anteriormente, foram beneficiados os moradores dos municípios de São Benedito, Ubajara, Ipu e Tianguá.

O objetivo das EEEPs é a formação profissional técnica integrada à educação básica, tendo em vista a inserção qualificada dos estudantes no mundo do trabalho. Com a nova unidade, a rede estadual de educação profissional passará a contar com 65 escolas implantadas em todo o Estado, onde a matrícula reúne  19 mil jovens.

A construção segue a concepção de qualidade prevista pelo MEC para escolas de educação profissional. Foi supervisionada pelo Departamento de Edificações e Rodovias do Ceará (DER), órgão vinculado à Secretaria da Infraestrutura (Seinfra).

05.04.2011
Assessoria de Imprensa da Seduc
Jacqueline Cavalcante ( jacquelinec@seduc.ce.gov.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. / 85 3101.3972)

Pentecoste tem mais dois nomes para concorrer às eleições de 2012

 Bastidores político de Pentecoste estão movimentados quando se trata de eleições 2012. Já existem alguns nomes novos que  manifestaram intenção de saírem candidatos a prefeitura municipal.

Os nomes que apareceram recentemente são: Luiza Perdigão que vai buscar junto ao PT a indicação do seu nome e o professor Nonato Furtado, do movimento Município Que Queremos.


Temos ainda outros nomes que já manifestaram interesse em concorrer à prefeitura em 2012.
São eles: José Gomes da Silva Filho (Zé Filho hoje filiado ao DEM), Cezár Rômulo Cacau de Moura atualmente sem partido, João Paraíba do PR, Dra, Valeria do PMDB, Vicente Zuza do PSB, Ivoneide Moura do PT e o candidato do prefeito nome ainda desconhecido. 

STF julga ADI do Piso da Educação nesta quarta-feira

 O julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4.167, contra a lei que estabelece o piso salarial nacional para os professores é o primeiro item da pauta de votação do STF nesta quarta-feira (6). O julgamento, que deveria ter acontecido no último dia 30, foi adiado em função do luto pelo falecimento do ex-vice-presidente José Alencar, morto na terça-feira (29).

Por se tratar de um momento decisivo para a educação pública brasileira, sindicatos filiados à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) disponibilizarão televisões em suas sedes para que os associados possam acompanhar o julgamento. Um telão também será instalado na Praça dos Três Poderes, onde educadores realizarão um ato a partir das 13 horas.

A ADI foi impetrada em 2008 por cinco estados (MS, PR, SC, RS e CE) e contesta alguns pontos da Lei 11.738, sancionada no mesmo ano, também conhecida como Lei do Piso do Magistério. No início deste ano, o atual governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), pediu a exclusão do estado na ação, atitude que, segundo Leão, deve ser levada em consideração pelo STF no dia seis. “Esperamos que essa atitude do governador do Rio Grande do Sul possa contribuir e ter um peso significativo na tomada de decisão dos ministros do STF. E gostaríamos muito que os outros estados que patrocinaram a ADI também tomassem essa posição”, ressaltou Leão.

A CNTE, entidade que representa aproximadamente dois milhões e meio de professores e funcionários de escola, está confiante que este será o dia em que a Lei do Piso terá definitivamente que ser cumprida por todos os estados e municípios. "Nossa expectativa é de que o Supremo respeite o desejo do povo que teve o apoio do Congresso Nacional ao votar por unanimidade em favor do Piso", afirmou o presidente da CNTE, Roberto Leão.

Diretores da Confederação e deputados da Frente Parlamentar em Defesa do Piso estiveram reunidos com o presidente do STF, ministro César Peluso, no dia 22 de março, 5 dias após a Ação ter sido retirada da pauta de julgamento. Na ocasião, o ministro afirmou que a ADI seria votada o mais breve possível.

Entenda o caso

Em 2008, o então presidente Lula sancionou a Lei 11.738, conhecida como Lei do Piso do Magistério e que regulamenta a base salarial dos professores em todo o Brasil. Na época, a Lei determinava um valor de R$950,00, somados aí o salário e as gratificações e vantagens para uma carga horária de até 40 horas semanais para os profissionais com formação de nível médio. O valor ainda que não fosse o ideal e reivindicado pela CNTE, dava forças para que a categoria seguisse confiante no trabalho e na luta por um salário melhor.

Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Su l e Ceará contestaram e, com o argumento de que não tinham recursos para pagar o valor determinado em Lei, entraram no mesmo ano com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade. Em dezembro de 2008, a Ação foi julgada (liminarmente) pelo Supremo que reconheceu a legitimidade da Lei, porém com a limitação de dois dispositivos: o da composição do piso e o que trata da jornada fora de sala de aula. Estes dois pontos ficaram para ser julgados mais tarde e são estes pautados para julgamento no dia 17. Em janeiro deste ano o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, pediu a exclusão do seu estado da Ação. Pedido que foi negado pelo ministro Joaquim Barbosa, já que, no entendimento dele, o relatório já havia sido entregue.

Composição do Piso

De acordo com os governadores que entraram com a ADI, os estados não estão preparados para suportar a despesa de pagar um valor mínimo para os professores. Argumento que foi arduamente contestado pelo ministro da Educação, Fernando Haddad. Segundo ele, no texto que criou o Fundo Nacional de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), em 2006, já havia a previsão para a instituição de um piso nacional para os professores. "Eu entendo que essa ADI não deva prosperar porque foi feita uma mudança na Constituição prevendo o piso. Então, se foi feita uma emenda constitucional, não há porque julgar inconstitucional uma lei que regulamenta esse dispositivo", alegou.

Além disso, o MEC anunciou que vai liberar este ano, 1 bilhão de reais para as prefeituras que comprovarem que a falta de dinheiro fo i causada exclusivamente pela implementação do Piso e seus reajustes. Em fevereiro, o MEC reajustou o valor do Piso de R$1.024,00 para R$1.187,97.

Jornada extraclasse

A Lei define no parágrafo quatro do artigo 2º o cumprimento de, no máximo, 2/3 da carga dos professores para desempenho de atividades em sala de aula. Sobre este ponto, os governadores alegam que com o aumento das horas que cada professor terá que cumprir para o planejamento das aulas e a consequente diminuição das horas dentro de sala de aula, os estados vão ser obrigados a contratar mais profissionais. Com a aprovação da Lei do Piso os mestres devem reservar 33% do seu tempo com planejamento. Para os governadores, esta obrigação interveio na organização dos sistemas de ensino estaduais. A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) diz como seriam os sistemas de ensino nos estados, mas cad a estado tem sua autonomia.

Para a CNTE, o tempo destinado para o planejamento das aulas é importante para elevar a qualidade do ensino. “Um professor sem tempo para planejar o que irá passar para o aluno, acaba fazendo um mau trabalho. Esta jornada extraclasse não é para descansar. Continua sendo mais uma etapa do trabalho”, explicou Leão.

Mobilização dos trabalhadores em educação

Desde então, a CNTE e as suas 41 entidades afiliadas se mobilizam para pedir urgência no julgamento da Ação e que os ministros reconheçam a legitimidade da Lei.

No ano passado preparou um dossiê que reúne 159 depoimentos com as angústias dos educadores de todo o país sobre o não cumprimento da lei do Piso. O documento foi entregue no dia 16 de setembro do ano passado ao ministro da Educação, aos pre sidentes da Câmara, do Senado e do STF.

A mobilização rapidamente surtiu efeito. Um dia após a manifestação, o ministro relator Joaquim Barbosa entregou o relatório da Ação, documento que faltava para que a ADI entrasse na pauta de votação do STF. “O não julgamento da Ação tem causado um problema enorme que são as múltiplas interpretações que os gestores fazem da lei. Temos que acabar com isso, para que possamos construir uma educação pública de qualidade”, ressaltou Leão.

Reajustes

Além da luta pela implementação do Piso, a CNTE briga pela aplicação do reajuste conforme estabelece a Lei. A lei aprovada pelo Congresso fixa como parâmetro o aumento de gasto por aluno/ano no Fundeb. A divergência é se deve ser considerada a variação do ano anterior, isto é, de 2009 e 2010, ou a atual, de 2010 para 2011. A Advocacia-Geral da União (AGU) argumenta que, em 2011, só existe uma estimativa de receita e que seria temerário dar um reajuste com base em previsões. Já a CNTE diz que a lei é clara e fala no ano atual e aconselha os sindicatos a contestarem o Piso do MEC na justiça.

No ano passado o MEC reajustou o Piso de R$950,00 para R$ 1.024,67, mas a CNTE reivindicou o aumento para R$ 1.312,85, que, infelizmente, não foi atendida. Para este ano, a CNTE afirma que o reajuste deveria ser de 21,71%, o que elevaria o valor do Piso para R$1.597,87. No dia 24 de fevereiro o MEC anunciou o reajuste de 15,84%, o que significa que o valor do Piso dos Professores passa a ser de R$1.187,97. Uma diferença considerável.
Da redação, com CUT
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=8&id_noticia=151206

Lei do piso nacional dos professores volta à pauta do STF


STF volta a debater piso nacional dos professores Depois de dois adiamentos, o Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quarta-feira (6) o julgamento da lei que criou o piso nacional do magistério. Há dois anos, a Corte negou pedido de liminar a cinco governadores que questionaram a constitucionalidade da lei, que determinou um piso de R$ 950 a professores da educação básica da rede pública com carga horária de 40 horas semanais. Falta agora o julgamento do mérito da matéria, aguardado com ansiedade pela categoria.

Os sindicatos que representam os profissionais alegam que a suspensão da análise da matéria pelo STF criou um clima de "insegurança jurídica" e alguns prefeitos se valem do imbróglio para não pagar o piso, atualizado em 2011 para R$ 1.187,14. Não existe um levantamento oficial sobre as redes de ensino que cumprem a lei.

A ação foi impetrada em 2008, mesmo ano de sanção da lei, pelos governadores de Mato Grosso do Sul, do Paraná, de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul e Ceará. Além da constitucionalidade da norma, também foram questionados pontos específicos da lei, como a regra de que um terço da carga horária do professor deverá ser reservada para atividades extraclasse como planejamento de aula e atualização. Esse dispositivo foi suspenso pelos ministros do Supremo à época e pode voltar a ser discutido hoje.

Outra divergência está no entendimento de piso como remuneração mínima. Para os professores, o valor estabelecido pela lei deveria ser entendido como vencimento básico: as gratificações e outros extras não poderiam ser incorporados na conta do piso. Mas os ministros definiram ainda, no julgamento da liminar, que o termo ?piso? deve ser entendido como remuneração mínima a ser recebida. Esse entendimento também pode ser reavaliado durante o julgamento do mérito da ação.

No mês passado, deputados e senadores de Frente Parlamentar em Defesa do Piso Salarial Nacional dos Professores reuniram-se com o presidente do STF, ministro Cezar Peluso, para pedir urgência no julgamento e a manutenção da lei da forma como foi aprovada. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) organiza para o início da tarde um ato em frente ao tribunal para defender a lei.
http://portaldaclube.globo.com/noticia.php?hash=9640a47b947e8048b36b57ded7bea946&id=36297

terça-feira, 5 de abril de 2011

Bolsas de mestrado qualificarão docentes

Capes/MEC concede bolsas em EAD e exige contrapartida com trabalho

O ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou, no final do último mês, a concessão de bolsas de mestrado profissional à distância para professores da Educação Básica que lecionam em escolas públicas. A divulgação foi feita em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, quando a presidente Dilma Rousseff condecorou 11 educadoras com medalha da Ordem Nacional do Mérito.

Concedidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), no âmbito da Universidade Aberta do Brasil, as bolsas exigem dos docentes, como contrapartida, o compromisso de continuar em exercício na rede pública durante cinco anos após a conclusão do mestrado. A medida, formalizada por meio de portaria do Ministério da Educação, publicada no Diário Oficial da União de 22/3/2011, integra um conjunto de ações voltadas a elevar a qualidade da Educação Básica, definida pelo MEC como "área excepcionalmente priorizada".

Segundo o ministro, a intenção é que as universidades reajam à provocação feita pelo MEC e ofereçam mais cursos. "Queremos garantir o prosseguimento do estudo do professor", explicou. Os docentes poderão acumular a bolsa com seus salários.

Outras iniciativas federais que se destacam na qualificação de professores da Educação Básica são a Universidade Aberta do Brasil e a expansão das universidades e dos institutos federais. Estes têm uma reserva de vagas para ser suprida em cursos de licenciatura em Matemática, Física, Química e Biologia. A preocupação em formar professores nessas áreas também é destacada na portaria do MEC.

CRITÉRIOS

Benefício: A cada mês de março, a bolsa será liberada e terá a vigência máxima de 24 meses.

Presencial: Existe a possibilidade de concessão de bolsas para mestrados presenciais, desde que oferecidas em cursos aprovados pela Capes/MEC, e consideradas algumas situações de interesse específico do Estado.

Compromisso: O não cumprimento dos cinco anos de exercício do Magistério em escola pública, após a realização do curso de mestrado à distância, implicará na devolução dos respectivos recursos equivalentes ao estudo.

Seleção: As próprias instituições de Ensino estabelecerão os seus critérios de seleção e ingresso. Nada impede que sejam oferecidas vagas para professores que já estejam em exercício.
http://www.correiodopovo.com.br/Impresso/?Ano=116&Numero=186&Caderno=0&Noticia=276499

Deserção no magistério

A crise na escola pública se amplia com a deserção de professores, como vem ocorrendo com os últimos mestres concursados pelo Estado, dos quais 20% já desistiram da profissão. As causas para tanto são as mais variadas, indo da baixa remuneração, à violência interna e externa ao ambiente escolar, a falta de equipamentos e materiais didáticos atualizados, de motivação por parte do alunado e o desencanto com o sistema de ensino e aprendizagem.

O recente homicídio perpetrado contra um jovem de 19 anos nas dependências do Colégio Polivalente Modelo de Fortaleza, no Conjunto Prefeito José Walter, mostra como avança o nível de violência na rede pública. A vítima não era aluno do estabelecimento da periferia da cidade. Sentiu-se perseguido por dois supostos traficantes de drogas e procurou refúgio dentro do colégio estadual, sendo abatido sem piedade, contra o qual foram disparados sete tiros de pistola.

Pela manifestação dos policiais deslocados para apurar a ocorrência, o crime tem características de acerto de contas por dívidas de droga, à semelhança de centenas de outras mortes com idêntica motivação. A forma de cobrança praticada no submundo das drogas é sumária, portanto, sem direito de defesa, e se expande num crescendo preocupante, exigindo seu enfrentamento pelo poder público.

Nestes tempos conturbados, a escola se transformou no ambiente por excelência para a projeção dos conflitos familiares, das patologias sociais e das resistências ao processo de aprendizagem. O primeiro embaraço diz respeito ao cumprimento das normas de convivência em grupo, sendo a noção de ordem muito pouco assimilada. Sem ordem não há disciplina. Sem disciplina a educação formal se revela nula.

Por isso, a apuração do rendimento escolar vem-se transformando em foco de divergência entre mestres e alunos, gerando descontentamentos, ameaças de agressões e represálias dos estudantes contra os professores. Especialmente no ensino médio, o conteúdo programático não corresponde nem às necessidades dos educandos, nem às exigências do mercado de trabalho para o qual eles convergem.

Além desses desencontros, há, igualmente, falha na gestão pública, registrando-se inúmeros episódios de escolas beneficiadas com computadores nunca instalados por falta de rede energética adequada, de instrutores habilitados e de inclusão dessa prática educativa na programação curricular. Os equipamentos estão sendo ultrapassados pela velocidade registrada no mercado da informática sem qualquer uso.

A ação direta de inconstitucionalidade promovida contra o piso salarial do magistério desencadeou, entre os professores, a desesperança pela valorização profissional preconizada pelo Fundeb. Até a nova sistemática de remuneração da categoria, intentada pelo Estado, produziu efeito contrário, aumentando o clima de desestímulo.

A desistência da carreira é apenas um indicativo desse universo de questões pontuais. O mais difícil tem sido fazer a mocidade optar pelos livros, elegendo o conhecimento como ferramenta para a ascensão social. O desafio é gigantesco.
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=958862

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Violência e baixos salários afastam professores novatos

Educadores novatos não se sentem atraídos pela sala de aula e os veteranos perdem a magia de ensinar FOTO: NATINHO RODRIGUES Docentes apontam o desestímulo, a violência, os baixos salários e a extensa jornada como causas do abandono
Longe vão os tempos em que professor era uma profissão valorizada. Hoje, a carreira está depreciada e sem atrativos. Com isso, muitos dos recém-concursados desistem de ensinar antes mesmo de assumir o cargo. Eles pedem adiamento da posse ou largam a profissão de vez. No Ceará, dos 4 mil aprovados no concurso de 2009 para a rede estadual de ensino, 20% desistiram, segundo o Sindicato dos Professores e Servidores do Estado do Ceará (Apeoc).
Os docentes novatos perdem o interesse por causa das péssimas condições de trabalho (salas lotadas, por exemplo), a violência na sala de aula, os baixos salários, extensa jornada de trabalho, a falta de incentivo ao profissional e as condições físicas das escolas. Um número preocupante dos que assumem abandonam antes de completar o estágio probatório.

O problema vai mais longe porque não são apenas os recém-concursados que desistem ou reduzem a carga horária, mas professores veteranos. Muitos são obrigados a pedir a aposentadoria antecipadamente por causa de problemas de saúde, resultado do grande estresse a que são submetidos.

No Polivalente, modelo de Fortaleza, a segurança é uma das preocupações da gestão, apesar da fatalidade FOTO: RODRIGO CARVALHOConforme o psicólogo Álvaro Rebouças, a profissão exige muitas responsabilidades. “A carga de trabalho é excessiva o que faz com que os profissionais desenvolvam uma reação desencadeada pela rotina de trabalho”. O estresse continuado resulta na síndrome de Burnout, causada por circunstâncias relativas às atividades profissionais, ocasionando sintomas físicos, comportamentais, afetivos e cognitivos. As pessoas passam a ter aversão ao trabalho. “O problema é que o educador tem de responder à demanda dos alunos, dos pais e da instituição. Essa cobrança afeta a saúde”.

A saída apontada por Álvaro Rebouças é que os professores priorizem atividades que dão prazer e que tenham perspectivas de crescimento real para que possam suportar os problemas da carreira.

Para o presidente do sindicato Apeoc, Anísio Melo, a juventude não se sente mais atraída pela profissão. “E os veteranos perdem a magia de ensinar”.

Os baixos salários pesam muito na decisão de deixar a carreira. De acordo com Anísio Melo, os professores novatos do Ceará são os que possuem os mais baixos salários. “Temos um pagamento de R$ 1.400 por 40 horas/aula”. Além disso, eles não tiveram a readequação do plano de cargos e carreiras.

Para o presidente do sindicato, se o Governo do Estado atendesse às reivindicações seria uma forma de estancar a sangria de professores que é um problema grave. “Caso o Governo não sinalize com o plano, o índice de desistências vai aumentar”, alerta.

A consequência é sentida pela educação no Estado que fica comprometida pela falta de docentes. “Estamos caminhando para a possibilidade de um apagão no que tange o número de professores aptos para a sala de aula”, frisa Anísio Melo.
Luciana Matos (nome fictício) era professora concursada da Prefeitura de Fortaleza desde 2001 e desistiu da profissão. Hoje, ela está locada em outro órgão municipal. Luciana foi ameaçada de morte por um aluno de 11 anos de idade numa unidade escolar na Serrinha, um dos bairros mais complicado da Capital em termos de violência.

Saúde abalada
“Não tive mais condições de dar aula. Fiquei com a saúde abalada”. O estrago foi tão grande que a professora conta que teve de tomar remédio controlado. “O nosso papel hoje não é mais de educador, mas de agente prisional. Separamos briga dos estudantes durante a aula”.

Luciana aponta a desestruturação das famílias como causa da violência. “As mães não acham que a educação seja importante. Elas mantém os filhos na escola apenas para receber o Bolsa Família. As crianças convivem com a violência dentro de casa e acabam levando isso para a escola”.

De acordo com a assessora de articulação institucional da Secretaria Municipal de Educação, Rosemary Conti, do concurso realizado em 2009, quando foram aprovadas 3.780 pessoas, apenas 12 pediram exoneração formal. Foram 2.054 convocados e 1.470 lotados. O compromisso com outras atividades e aprovação em outros concursos são os principais fatores que levam esses profissionais a desistirem, segundo a SME.

Dos 3.088 nomeados no concurso do Estado, realizado em 2010, cerca de 30 pediram exoneração e tiveram como justificativa aprovação em concursos federais, que gerou incompatibilidade de carga horária de trabalho, dedicação exclusiva e distâncias geográficas. Para substituir as exonerações solicitadas, a Secretaria da Educação do Estado do Ceará (Seduc) convocou mais 117 aprovados no último.

ENTREVISTA - *Inocêncio Uchoa 

O respeito à dignidade pessoal e profissional tem de acontecer

Quais os direitos do professor? O professor tem o direito de ser respeitado em sua dignidade pessoal e profissional. Em todos os casos, ele tem o direito de recorrer à Justiça para buscar reparações materiais e morais. Sendo pública a escola, a ação seria contra o poder público (União, Estado ou Município).

Quando se constitui um assédio moral? O assédio moral consiste na exposição do trabalhador a situações intermitentemente vexatórias, com o fito de desestimulá-lo no trabalho, às vezes, até forçando-o a pedir demissão. Alterações unilaterais do contrato de trabalho, impondo cargas horárias excessivas, trabalhos adicionais, tarefas anteriormente não previstas, exposições a riscos, solicitações de tarefas impossíveis e exposição ao estresse podem configurar assédio moral.

E sobre a violência praticada pelo aluno contra o professor? A escola deve zelar pela segurança não só do professor, mas de todos os seus funcionários e alunos. O professor não pode ser moralmente constrangido em sua honra, muito menos em sua segurança física. Havendo violência moral ou física praticada dentro da escola, o aluno (se maior de 18 anos), os pais (se o aluno for menor de 16 anos) responderão pelo dano, sem prejuízo da responsabilização da escola.

*Advogado e juiz aposentado
Problemas

Insegurança é fator crucial na decisão pelo abandono

Na semana em que um adolescente foi morto no colégio Polivalente Modelo de Fortaleza, vem à tona uma discussão sobre a insegurança nas escolas, problema que gera consequências graves para a educação no Ceará. A violência que impera em muitas escolas de Fortaleza é, por exemplo, fator determinante para que muitos profissionais da educação desistam de seguir a carreira.

O professor Eduardo Moreira (nome fictício) foi vítima do vandalismo de dois estudantes que secaram os pneus de seu carro. “Somos tratados com desdém e até agredidos verbal e fisicamente”, afirma. Ele começou a lecionar em novembro de 2003, mas o desinteresse dos alunos pela educação faz com que ele pense em mudar de profissão.

“Isso não porque não goste do que faço, mas por perceber que o quadro da educação em nosso País não me inspira segurança. Estamos sobrecarregados, sem apoio, desvalorizados e mal remunerados e devido a isso há cada vez menos profissionais que optem por essa labuta”.

Marisa Santos (nome fictício) entrou no último concurso da Prefeitura mas tem vivido as piores situações possíveis como professora. Ela conta que vários dos seus colegas largaram a carreira. “Já vi casos de professoras que tiveram os xingamentos ‘vadia’ e ‘vagabunda’ riscados em seus carros”, relata.

Além disso, Marisa ainda não recebeu o pagamento desde que assumiu o cargo, em dezembro de 2010. “Deparei-me com condições precárias das escolas com salas superlotadas. Pensei em desistir e ainda penso. Fiquei decepcionada. Cheguei a implorar para receber o meu primeiro salário”.

No colégio Polivalente Modelo de Fortaleza, muitos professores já desistiram de ensinar, apesar da boa estrutura física e da disciplina dos alunos, como informa a coordenadora escolar, Renata Castro. Um educador preferiu trabalhar em uma usina de urânio na Bahia a ter de enfrentar a atividade no colégio Polivalente.

Renata afirma que vários colegas já seguiram outros horizontes. “A violência é um problema social. É o fato de a escola estar inserida num local problemático. Aqui enfrentamos isso porque o José Walter é um bairro violento”, afirma.

As professoras do Colégio Polivalente dizem que pensam em desistir, mas acreditam que ainda vale a pena ensinar. “A gente quer brigar por nossos direitos e pela valorização da profissão”, revela a professora de Educação Física, Mabelle Mota.

Mudança de estratégia
Para evitar tratamentos grosseiros dos alunos, o professor de Geografia, Jackson Mendonça, resolveu se aproximar deles. “O trabalho deve ser humanizado. A sala de aula já um ambiente tenso, então não posso bater de frente com os estudantes. Dessa maneira, eles veem no professor um amigo e não uma figura autoritária e se desarmam. É uma parceria”.

Jackson joga bola com seus alunos e criou o “Café Geográfico”, evento que premia os melhores da disciplina e é comemorado com um café da manhã organizado pelos estudantes. “Eles adoram e participam”. Mendonça diz que está satisfeito com a carreira.

OPINIÃO DO ESPECIALISTA

É difícil lidar com alunos

A maior dificuldade enfrentada pelos professores é lidar com os alunos. É difícil controlar o ambiente da sala de aula, sobretudo quando há um excesso de estudantes com um perfil de aluno de escola pública que vem de uma situação social complicada. Este tipo de estudante sofre violência em casa e está acostumado com essa linguagem, por isso acabam agredindo os professores.

Os educadores se sentem sós. O apoio dado pela equipe pedagógica, quando existe, é pequeno. Ela está preocupada com as questões burocráticas da escola. Uma queixa grande dos professores é que, muitas vezes, o curso de formação em pedagogia é muito teórico. Talvez eles chegassem nas escolas mais preparados para enfrentar certas situações se houvesse aulas práticas. Os pais de estudantes de instituições públicas têm uma relação de ausência com as escolas. Muitos alunos relatam o consumo de drogas e bebidas pelos pais que não entendem para que serve a educação. Eles veem a unidade escolar como um depósito de aluno que são atraídos pela merenda escolar e pelo Bolsa Família. Isso tudo é um pouco resultado da universalização do ensino que obriga as pessoas estarem nas escolas. A consequência é que aumentou o universo de crianças sem apoio psíquico dentro das instituições de ensino. Isso dificulta o processo educacional.

Mais do que a questão salarial, são os conflitos sociais que levam muitos professores a desistirem da profissão. Esse é um problema maior que o professor. É de desestruturação familiar. A escola em tempo integral é uma saída a medida que a criança vai ter outro ponto de referência, que não a família. Além disso, o investimento no professor e na aproximação dos pais com a escola são possíveis soluções. Está cada vez mais difícil encontrar pessoas que queiram ensinar. O Governo precisa incentivar o gosto pela sala de aula.

Marco Aurélio de Patrício Ribeiro

Mestre em Educação

Lina MoscosoRepórter
Fonte: Diário do Nordeste. 04/04/2011