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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

MEC divulga segunda chamada do Sisu 2011

O MEC (Ministério da Educação) divulgou nesta sexta-feira (4) a segunda chamada do Sisu (Sistema de Seleção Unificada) 2011.
Veja se você foi selecionado:

A matrícula para os aprovados deve ser feita diretamente nas instituições nos dias 8 e 9 de fevereiro. Veja o calendário:

Segunda chamada

Resultado 4 de fevereiro
Matrícula dos candidatos selecionados 8 e 9 de fevereiro
Há mais uma chamada e a lista de espera. Se o candidato foi aprovado em sua primeira opção na primeira chamada, foi automaticamente retirado do sistema, fazendo ou não sua matrícula na instituição. Ou seja: ele não poderá participar das outras chamadas do Sisu. Na segunda chamada, a norma continua: quem foi aprovado em primeira opção não participa nem da terceira chamada, nem da lista de espera.
Veja o calendário da próxima chamada e da lista de espera:

Terceira chamada

Resultado 13 de fevereiro
Matrícula dos candidatos selecionados 15 e 16 de fevereiro

Lista de espera

Declaração de interesse em participar da lista 13 a 17 de fevereiro

Problemas

O Sisu foi marcado por problemas de informática e uma batalha judicial que continuou até depois de o sistema ter fechado, em 20 de janeiro. Questionado sobre as falhas, o ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou que o ministério precisa reforçar sua área de infraestrutura de tecnologia da informação.
Haddad negou ainda que tenha havido falha de planejamento. Ele disse que aguarda, em menos de 30 dias, resultado de uma auditoria para saber a origem dos problemas no sistema. Adiantou, no entanto, que suspeita que o erro tenha origem na configuração de uma das máquinas que foram substituídas no meio do processo. “Sei o que não causou: não foi falta de planejamento, nem [falha de] internet, nem rede, nem capacidade de rede, não foi aplicativo”, disse.

Superior Tribunal de Justiça

Na sexta (21), o STJ (Superior Tribunal de Justiça) cassou todas as liminares das Justiças Federais dos Estados contra o Sisu. “Juízes de primeira instância estavam tomando decisões incoerentes entre si. Isso torna qualquer procedimento executivo inviável", disse Haddad em entrevista coletiva. "Como pode o Poder Público atender uma e deixar de atender a outra?”, questionou.
Segundo o STJ, seria um risco manter as decisões das Justiças Federais dos Estados, por representar um "conflito de competências". A decisão foi do ministro Félix Fischer, que afirmou que "o deferimento indiscriminado de liminares" para prorrogar prazos do Sisu iria ter impacto no calendário das instituições, "ocasionando, também, prejuízos àquelas instituições e estudantes que se valem do Prouni (Programa Universidade para Todos)".

Batalha jurídica

Com essa decisão, cai a liminar que permitia o acesso à correção das provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Já havia caído a liminar que prorrogava as inscrições do Sisu apenas para o Rio de Janeiro. O MEC fechou o sistema ontem e não o reabriu na manhã desta sexta (21), apesar da decisão da Justiça.
Durante a quinta-feira (20), houve uma batalha jurídica o MEC e a Justiça Federal em vários Estados.  A Justiça Federal no Ceará autorizou o acesso à correção das provas do Enem 2010 e a possibilidade de entrar com recursos, caso houvesse irregularidades no resultado.
Pouco antes, a Justiça Federal em Pernambuco também já havia negado o pedido de a suspensão do funcionamento do Sisu, que havia sido feito pelo MPF/PE.

Já em São Paulo, um estudante conseguiu uma liminar para ter acesso às provas, conforme divulgou a Justiça Federal no Estado no começo da noite desta quinta. O candidato afirma ter preenchido corretamente a cor do caderno de questões e assinado a ata de sala (que confirma sua presença no segundo dia de provas). No entanto, ele diz que teve suas notas zeradas.

Como funciona o SiSU

O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) foi desenvolvido pelo Ministério da Educação para selecionar os candidatos às vagas das instituições públicas de ensino superior que utilizarão a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como única fase de seu processo seletivo.
A seleção é feita pelo Sistema com base na nota obtida pelo candidato no Enem de 2010.
No processo de seleção do primeiro semestre de 2011, são oferecidas 83.125 vagas em 83 instituições.
Neste sítio, os candidatos podem consultar as vagas disponíveis, pesquisando as instituições e os seus respectivos cursos participantes.

Inscrições

As inscrições serão realizadas em uma única etapa, de 16 a 20 de janeiro de 2011, e devem ser feitas exclusivamente neste portal, por meio do acesso ao Sisu.
Ao inscrever-se, o candidato deverá informar seu número de inscrição e sua senha no Enem 2010.
Caso o aluno não se lembre da senha, deverá recuperá-la no sítio do Enem.
Após o primeiro acesso, o Sisu importará os dados informados na inscrição do Enem e as notas obtidas pelo candidato no exame. Caso tenha havido alguma mudança nos seus dados cadastrais, o estudante deverá fazer a atualização no Sisu.
As inscrições estarão abertas de 6h às 23h59, horário de Brasília.

Opções de Inscrição

As inscrições serão realizadas em uma única etapa.
O candidato poderá inscrever–se, por ordem de preferência, em até duas opções, nas vagas ofertadas pelas instituições participantes do Sistema de Seleção Unificada.
Durante o período de inscrição, o candidato poderá alterar suas opções, se assim desejar.
Será considerada válida a última inscrição realizada.
Ao final do prazo de inscrição, o Sisu selecionará, automaticamente, os candidatos melhor classificados em cada curso, por modalidade de concorrência (ver questão 15 das Perguntas Frequentes), de acordo com suas notas no Enem 2010.
Serão considerados selecionados somente os candidatos classificados dentro do número de vagas ofertadas pelo Sisu em cada curso, por modalidade de concorrência. Caso a nota do candidato possibilite sua classificação em suas duas opções, ele será selecionado apenas em sua primeira opção.
Serão feitas três chamadas sucessivas. A cada chamada, os candidatos selecionados têm um prazo para efetuar a matrícula na instituição, confirmando dessa forma a ocupação da vaga.

Candidato selecionado em 1ª opção:

O candidato selecionado em sua primeira opção não participará da(s) chamada(s) subsequente(s), independentemente de efetuar ou não sua matrícula na instituição de ensino para a qual foi selecionado. Por isso, o estudante deve ficar atento aos prazos: se for selecionado em primeira opção, só terá esta oportunidade de fazer sua matrícula, pois não será convocado na(s) chamada(s) seguinte(s).

Candidato selecionado em 2ª opção:

O candidato selecionado em sua segunda opção, tendo ou não efetuado a respectiva matrícula na instituição, continuará concorrendo, na(s) chamada(s) subsequente(s), à vaga que escolheu como primeira opção. Assim, se o candidato já matriculado na sua segunda opção for selecionado na primeira opção (por desistência de candidatos selecionados, por exemplo) na(s) chamada(s) subsequente(s), a matrícula na vaga da primeira opção implicará no cancelamento automático da matrícula realizada anteriormente na segunda opção.

Lista de Espera

Poderão manifestar interesse em participar da Lista de Espera os candidatos que ainda não foram aprovados em nenhuma chamada do Sisu 2011/1.
Quem foi aprovado em sua segunda opção, em qualquer chamada, poderá manifestar interesse em participar da Lista de Espera referente à sua primeira opção de vaga.
Quem já foi aprovado em sua primeira opção, em qualquer chamada, independentemente de ter efetuado matrícula, não poderá manifestar interesse em participar da Lista de Espera em nenhuma de suas opções.
A Lista de Espera não levará em consideração as eventuais reservas de vagas e bônus atribuídos à nota do candidato no Sisu pelas instituições.
Atenção! É facultado as instituições participantes do Sisu 2011/1 a utilização da Lista de Espera para preenchimento das vagas eventualmente não ocupadas. Certifique-se junto à instituição na qual está concorrendo se a mesma irá utilizar a Lista de Espera do Sisu.

Los hermanos argentinos - Artigo do Messias Pontes

02.02.11

O imperialismo, em especial o norte-americano, é intrinsecamente mau. Historicamente vive a pregar a cizânia em todo o mundo, se alimentando dos conflitos e fomentando a guerra onde pode e acha conveniente aos seus interesses. Quem manda nos Estados é a indústria bélica. Por isso quando não podem invadir um país, corrompem lideranças políticas, militares e judiciárias.
O exemplo mais recente foi o golpe de Estado em Honduras com a conivência do judiciário e de setores do legislativo daquele país centro-americano, quando os militares golpistas seqüestraram o presidente Manuel Zelaya na madrugada de 28 de junho de 2009 e o deportaram ainda de pijama. Tudo maquinado por Washington. Os colonistas e demais jornalistas amestrados defenderam o golpe e condenaram a corajosa posição assumida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva que condenou e denunciou o golpe, e não reconheceu o novo governo eleito num processo fraudulento.
De há muito o imperialismo prega a competição entre nós e nossos hermanos argentinos e tenta nos levar a acreditar que o nosso vizinho é o pior dos inimigos, e que é no “irmão” do Norte que devemos buscar apoio para enfraquecer nosso vizinho.
Esse quadro começou a mudar com a chegada do ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República em 1º de janeiro de 2003. Forjado na luta sindical, Lula sabia muito bem quem eram seus amigos e os adversários e inimigos. Com essa percepção, tratou de fortalecer os laços com os países sul-americanos, notadamente com los hermanos argentinos. A única rivalidade admitida é no campo dos esportes, principalmente no futebol. Aí é “gostoso” ganhar dos nossos vizinhos.
Para felicidade nossa e de nossos vizinhos, a ex-ministra Dilma Rousseff derrotou o candidato da direita, o tucano José Serra, que já havia se comprometido com o imperialismo a detonar o MERCOSUL, voltando a se alinhar automaticamente ao Estados Unidos como fizeram os militares golpistas e principalmente o Coisa Ruim (FHC) nos seus desgovernos. A submissão era tamanha que ele nada fazia sem antes consultar o presidente Bill Clinton, e assistiu calado ao seu ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, tirar os sapatos em diversos aeroportos estadunidenses.
Em sua primeira viagem internacional, a presidenta Dilma Rousseff fez questão de priorizar a Argentina, também governada por uma valorosa mulher – Cristina Kirchner. Nossa Presidenta poderia ter ido primeiro a Washington, até porque recebeu convite do presidente Barack Obama. Mas preferiu seguir a correta política de integração regional do ex-presidente Lula.
E para satisfação dos democratas dos dois países, Dilma fez questão de se encontrar com as mães e avós da Plaza de Mayo, cujos filhos e netos foram assassinados ou desapareceram durante a sangrenta ditadura militar naquele país. Com isso, ela explicitou o seu desejo de aprofundar o debate em torno das violações aos direitos humanos durante a ditadura militar.
É oportuno lembrar que os argentinos fizeram o seu dever de casa no tocante à apuração e punição dos violadores dos direitos humanos. O ex-ditador, general Jorge Videla, responsável pela prisão ilegal, tortura e morte de milhares de resistentes à feroz ditadura, foi condenado à prisão perpétua. Outros militares e civis acusados de violação aos direitos humanos, igualmente foram punidos.
No encontro com as avós e mães da Plaza de Mayo, Dilma Rousseff ouviu pedidos para que o Brasil também punisse os criminosos fardados ou não que cometeram monstruosos crimes, inclusive desaparecendo com os corpos das vítimas e escondendo os documentos oficiais do período. Ainda hoje 144 famílias esperam receber o corpo de seus ente queridos para dar-lhes uma sepultura digna. Aliás, o Brasil já foi punido pela Corte Interamericana de Direitos Humanos por não ter punido os torturadores e assassinos fardados.
Os democratas brasileiros esperam que a presidenta Dilma obrigue os militares a entregarem os documentos pertencentes ao Estado e digam onde enterraram os corpos daqueles que foram mortos sobre tortura. Ela deve tudo fazer para que a Comissão da Verdade seja instalada. Para tanto conta com o apoio da esmagadora maioria dos brasileiros e até mesmo de considerável número de jovens oficiais do Exército aglutinados no grupo denominado Capitanismo.
Outras viagens da presidenta Dilma serão realizadas ao país vizinho e na agenda bilateral está a maior integração, principalmente do setor automotivo e da cadeia do petróleo, além da sempre oportuna defesa dos direitos humanos. Há ainda um possível acordo para vendas conjuntas em terceiros mercados.
Essa amizade com los hermanos argentinos deve não só ser mantida, mas principalmente fortalecida.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

BIG BROTHER BRASIL


Autor: Antonio Barreto,
Cordelista natural de Santa Bárbara-BA, residente em Salvador.
Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria.

Há muito tempo não vejo
Um programa tão ‘fuleiro’
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro.

Me refiro ao brasileiro
Que está em formação
E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, ‘zé-ninguém’
Um escravo da ilusão.

Em frente à televisão
Lá está toda a família
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente
Desprovida e inocente
Desta enorme ‘armadilha’.

Cuidado, Pedro Bial
Chega de esculhambação
Respeite o trabalhador
Dessa sofrida Nação
Deixe de chamar de heróis
Essas girls e esses boys
Que têm cara de bundão.

O seu pai e a sua mãe,
Querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis
E merecem nosso aval
Pois tiveram que lutar
Pra manter e te educar
Com esforço especial.

Muitos já se sentem mal
Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes
Se enchem de calafrio
Porque quando você fala
A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.

Um país como Brasil
Carente de educação
Precisa de gente grande
Para dar boa lição
Mas você na rede Globo
Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação.

Respeite, Pedro Bienal
Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada
E trabalha o dia inteiro
Dar muito duro, anda rouco
Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.

Enquanto a sociedade
Neste momento atual
Se preocupa com a crise
Econômica e social
Você precisa entender
Que queremos aprender
Algo sério – não banal.

Esse programa da Globo
Vem nos mostrar sem engano
Que tudo que ali ocorre
Parece um zoológico humano
Onde impera a esperteza
A malandragem, a baixeza:
Um cenário sub-humano.

A moral e a inteligência
Não são mais valorizadas.
Os “heróis” protagonizam
Um mundo de palhaçadas
Sem critério e sem ética
Em que vaidade e estética
São muito mais que louvadas.

Não se vê força poética
Nem projeto educativo.
Um mar de vulgaridade
Já tornou-se imperativo.
O que se vê realmente
É um programa deprimente
Sem nenhum objetivo.

Talvez haja objetivo
“professor”, Pedro Bial
O que vocês tão querendo
É injetar o banal
Deseducando o Brasil
Nesse Big Brother vil
De lavagem cerebral.

Isso é um desserviço
Mal exemplo à juventude
Que precisa de esperança
Educação e atitude
Porém a mediocridade
Unida à banalidade
Faz com que ninguém estude.

É grande o constrangimento
De pessoas confinadas
Num espaço luxuoso
Curtindo todas baladas:
Corpos “belos” na piscina
A gastar adrenalina:
Nesse mar de palhaçadas.

Se a intenção da Globo
É de nos “emburrecer”
Deixando o povo demente
Refém do seu poder:
Pois saiba que a exceção
(Amantes da educação)
Vai contestar a valer.

A você, Pedro Bial
Um mercador da ilusão
Junto a poderosa Globo
Que conduz nossa Nação
Eu lhe peço esse favor:
Reflita no seu labor
E escute seu coração.

E vocês caros irmãos
Que estão nessa cegueira
Não façam mais ligações
Apoiando essa besteira.
Não deem sua grana à Globo
Isso é papel de bobo:
Fujam dessa baboseira.

E quando chegar ao fim
Desse Big Brother vil
Que em nada contribui
Para o povo varonil
Ninguém vai sentir saudade:
Quem lucra é a sociedade
Do nosso querido Brasil.

E saiba, caro leitor
Que nós somos os culpados
Porque sai do nosso bolso
Esses milhões desejados
Que são ligações diárias
Bastante desnecessárias
Pra esses desocupados.

A loja do BBB
Vendendo só porcaria
Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade
Um mar de vulgaridade
Que nunca terá valia.

Chega de vulgaridade
E apelo sexual.
Não somos só futebol,
baixaria e carnaval.
Queremos Educação
E também evolução
No mundo espiritual.

Cadê a cidadania
Dos nossos educadores
Dos alunos, dos políticos
Poetas, trabalhadores?
Seremos sempre enganados
e vamos ficar calados
diante de enganadores?

Barreto termina assim
Alertando ao Bial:
Reveja logo esse equívoco
Reaja à força do mal…
Eleve o seu coração
Tomando uma decisão
Ou então: siga, animal…

FIM
Salvador, 16 de janeiro de 2011.

Camilo Santana fala sobre projetos para 2011 no Questão de Ordem desta quarta


Renato Abreu
02.02.2011
O programa Questão de Ordem da TV Assembleia (canal 30) recebe nesta quarta-feira (02/02) o secretário das Cidades do Estado, Camilo Santana. Ele irá falar sobre os projetos da pasta em andamento e também sobre as novas propostas para 2011. Camilo Santana vai conversar ainda a respeito da quadra invernosa que se iniciou oficialmente nesta terça-feira, dia 1º.

Segundo prognóstico divulgado pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), existe a probabilidade de que as chuvas dos meses entre fevereiro e maio fiquem em torno da média histórica do Estado.

O programa Questão de Ordem é transmitido de segunda a sexta, as 19h45 com apresentação do jornalista Renato Abreu.
PE/LF 




Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social
comunicacao@al.ce.gov.br

Apenas 62,8% das vagas são preenchidas

 

Dos 5.724 selecionados para a Universidade na primeira chamada do Sisu, 3.597 se matricularam. A maioria dos alunos é cearense
UFC considera matrículas dentro do esperado. Já o IFCE reconhece número abaixo do esperado

Com a matrícula dos convocados na primeira chamada do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) finalizada, eis que surgem os primeiros números do novo corpo discente da Universidade Federal do Ceará (UFC). E os dados indicam que boa parte do percentual de 15,5% de estudantes de outros estados selecionados para a Universidade não se matriculou. Dos 5.724 aprovados, 3.597 efetivaram a inscrição na UFC. O número indica que 37,2% - ou 2.127 - das vagas não foram preenchidas. No curso de Engenharia de Software, campus Quixadá, por exemplo, apenas 9 dos 50 selecionados compareceram.

O titular da Coordenadoria de Planejamento, Informação e Comunicação de Dados (COPIC) da Pró-reitor de Graduação (Prograd-UFC), professor Miguel Franklin, explica ainda não ter os relatórios completos do processo de matrícula, mas cita alguns cursos nos quais muitas vagas não foram preenchidas. Dos 160 selecionados para Medicina em Fortaleza, 37 não se matricularam. “Dessas 37, 36 são pessoas de fora do Estado e uma pessoa nós sabemos que foi aprovada no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica)”, cita.

No curso de Medicina do Cariri a situação é semelhante. Trinta dos 70 selecionados não compareceram. “Foi um percentual alto. E, dos 30 que não compareceram, muitos são de fora do Estado”, afirma o professor. “Acredito que os cearenses classificados se matricularam”, frisa. Miguel Franklin destaca ainda a graduação em Engenharia Civil, campus Cariri. O curso teve, entre os selecionados, 46% de cearenses. “Das 50 vagas, com um total de 23 cearenses, houve 22 matrículas”, conta. Em um levantamento rápido feito para O POVO, o professor identificou pelo menos cinco estudantes de outros estados entre os não-matriculados. “Eu tenho sentimento de que grande maioria dos classificados do Ceará se matriculou. Grande parte da ausência foi de gente de fora do Estado”, reitera.

Previsível
Segundo Miguel Franklin, o índice era previsto pela UFC. “A mobilidade (possibilitada pelo Sisu) nem todos estão dispostos a fazer”, destaca. Além disso, de acordo com Franklin, muitos estudantes que selecionaram a UFC e fizeram o vestibular tradicional em outra instituição no Estado de origem escolheram cursar a segunda opção. “Têm pessoas que sabem que passaram (no vestibular) e passaram também no Sisu e não vieram fazer matrícula”, comenta.

Na avaliação de Franklin, após as três chamadas do Sisu, muitos cursos ainda terão lista de espera “por causa da grande quantidade de inscrições”. A UFC teve 118.221 inscrições, de acordo com informações do MEC.

Por quê

ENTENDA A NOTÍCIA

Para a UFC, o índice reflete que estudantes de outros estados selecionados na Universidade e aprovados em instituições no Estado de origem preferiram não se mudar. Na primeira chamada do Sisu, 15,5% dos aprovados não são cearenses.

SAIBA MAIS

O professor Miguel Franklin lembra aos alunos que é importante prestar atenção se a seleção no Sisu é para o primeiro ou o segundo semestre letivo.

“Não considere a classificação tida na primeira chamada como sendo a classificação geral. A classificação geral só sairá ao fim da terceira chamada”, destaca.

A preocupação do professor é com estudantes de outros estados que acreditam terem sido selecionados para o segundo semestre. “O fim da terceira chamada será durante a primeira semana de aula”, explica. As aulas na UFC começam no dia 14.

Segundo o calendário divulgado pelo Ministério da Educação (MEC), a divulgação do resultado da segunda chamada do Sisu acontece nesta sexta-feira, 4. A matrícula será nos dias 8 e 9. Já o resultado da terceira chamada sai dia 13, com matrículas nos dias 15 e 16. 


Estudantes interessados em participar da lista de espera do Sisu devem se inscrever entre os dias 13 e 17 de fevereiro.
Mariana Lazari
marianalazari@opovo.com.br

http://www.opovo.com.br/app/opovo/fortaleza/2011/02/02/noticiafortalezajornal,2097055/apenas-62-8-das-vagas-sao-preenchidas.shtml

O novo Congresso

Com o início da 54a legislatura, completa-se o quadro político definido pelas eleições de 2010. Dilma já ocupava a Presidência desde 1o de janeiro, mas os membros do Senado e da Câmara eleitos ano passado ainda não tinham começado a trabalhar.
A existência de uma defasagem de tempo na renovação dos poderes Executivo e Legislativo é antiga em nossa tradição político-administrativa, sem que sejam claras suas razões. O certo é que, hoje, ninguém a defende, nem que seja por um de seus sub-produtos mais indesejáveis, os suplentes que exercem mandatos relâmpago durante o mês de janeiro, em pleno recesso parlamentar, e que não saem nada baratos para os contribuintes.
Tampouco é fácil explicar o porquê das legislaturas começarem em fevereiro, ainda que seja um costume antigo. Nem a atual, nem as Constituições anteriores fixaram a data. Um dia, alguém decidiu que assim seria e assim ficou.
Quem sabe, na hora em que formos fazer a sempre adiada reforma política, não será o caso de pensar se vale a pena manter a regra. Junto com a que estabelece a posse dos governantes no primeiro dia do ano, algo que desagrada a todos, eleitos, eleitores e convidados (sem falar nos profissionais de imprensa). Mal recuperadas dos festejos do Reveillon e em pleno verão tropical, as pessoas têm que se enfatiotar para comparecer, em uma hora totalmente inadequada, às cerimônias de transmissão de cargo.
Na nova Câmara, o fato mais relevante é o tamanho do PT. É o único partido grande que vem experimentando um crescimento contínuo nos últimos anos, o que o levou a ser o de maior bancada agora. Daí que tenha indicado o presidente da Casa sem a necessidade de negociações complicadas.
Leia a íntegra do artigo em O novo Congresso
Marcos Coimbra é sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi

Wikileaks revelam sabotagem contra Brasil tecnológico

 
Os telegramas da diplomacia dos EUA revelados pelo Wikileaks revelaram que a Casa Branca toma ações concretas para impedi dificultar e sabotar o desenvolvimento tecnológico brasileiro em duas áreas estratégicas: energia nuclear e tecnologia espacial. Em ambos os casos, observa-se o papel anti-nacional da grande mídia brasileira, bem como escancara-se, também sem surpresa, a função desempenhada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, colhido em uma exuberante sintonia com os interesses estratégicos fo Departamento de Estado dos EUA, ao tempo em que exibe problemática posição em relação à independência tecnológica brasileira. O artigo é de Beto Almeida.
O primeiro dos telegramas divulgados, datado de 2009, conta que o governo dos EUA pressionou autoridades ucranianas para emperrar o desenvolvimento do projeto conjunto Brasil-Ucrânia de implantação da plataforma de lançamento dos foguetes Cyclone-4 - de fabricação ucraniana - no Centro de Lançamentos de Alcântara , no Maranhão.

Veto imperial
O telegrama do diplomata americano no Brasil, Clifford Sobel, enviado aos EUA em fevereiro daquele ano, relata que os representantes ucranianos, através de sua embaixada no Brasil, fizeram gestões para que o governo americano revisse a posição de boicote ao uso de Alcântara para o lançamento de qualquer satélite fabricado nos EUA. A resposta americana foi clara. A missão em Brasília deveria comunicar ao embaixador ucraniano, Volodymyr Lakomov, que os EUA “não quer” nenhuma transferência de tecnologia espacial para o Brasil.

“Queremos lembrar às autoridades ucranianas que os EUA não se opõem ao estabelecimento de uma plataforma de lançamentos em Alcântara, contanto que tal atividade não resulte na transferência de tecnologias de foguetes ao Brasil”, diz um trecho do telegrama.

Em outra parte do documento, o representante americano é ainda mais explícito com Lokomov: “Embora os EUA estejam preparados para apoiar o projeto conjunto ucraniano-brasileiro, uma vez que o TSA (acordo de salvaguardas Brasil-EUA) entre em vigor, não apoiamos o programa nativo dos veículos de lançamento espacial do Brasil”.

Guinada na política externa
O Acordo de Salvaguardas Brasil-EUA (TSA) foi firmado em 2000 por Fernando Henrique Cardoso, mas foi rejeitado pelo Senado Brasileiro após a chegada de Lula ao Planalto e a guinada registrada na política externa brasileira, a mesma que muito contribuiu para enterrar a ALCA. Na sua rejeição o parlamento brasileiro considerou que seus termos constituíam uma “afronta à Soberania Nacional”. Pelo documento, o Brasil cederia áreas de Alcântara para uso exclusivo dos EUA sem permitir nenhum acesso de brasileiros. Além da ocupação da área e da proibição de qualquer engenheiro ou técnico brasileiro nas áreas de lançamento, o tratado previa inspeções americanas à base sem aviso prévio.

Os telegramas diplomáticos divulgados pelo Wikileaks falam do veto norte-americano ao desenvolvimento de tecnologia brasileira para foguetes, bem como indicam a cândida esperança mantida ainda pela Casa Branca, de que o TSA seja ,finalmente, implementado como pretendia o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas, não apenas a Casa Branca e o antigo mandatário esforçaram-se pela grave limitação do Programa Espacial Brasileiro, pois neste esforço algumas ONGs, normalmente financiadas por programas internacionais dirigidos por mentalidade colonizadora, atuaram para travar o indispensável salto tecnológico brasileiro para entrar no seleto e fechadíssimo clube dos países com capacidade para a exploração econômica do espaço sideral e para o lançamento de satélites. Junte-se a eles, a mídia nacional que não destacou a gravíssima confissão de sabotagem norte-americana contra o Brasil, provavelmente porque tal atitude contraria sua linha editorial historicamente refratária aos esforços nacionais para a conquista de independência tecnológica, em qualquer área que seja. Especialmente naquelas em que mais desagradam as metrópoles.

Bomba! Bomba!
O outro telegrama da diplomacia norte-americana divulgado pelo Wikileaks recentemente e que também revela intenções de veto e ações contra o desenvolvimento tecnológico brasileiro veio a tona de forma torta pela Revista Veja, e fala da preocupação gringa sobre o trabalho de um físico brasileiro, o cearense Dalton Girão Barroso, do Instituto Militar de Engenharia, do Exército. Giráo publicou um livro com simulações por ele mesmo desenvolvidas, que teriam decifrado os mecanismos da mais potente bomba nuclear dos EUA, a W87, cuja tecnologia é guardada a 7 chaves.

A primeira suspeita revelada nos telegramas diplomáticos era de espionagem. E também, face à precisão dos cálculos de Girão, de que haveria no Brasil um programa nuclear secreto, contrariando, segundo a ótica dos EUA, endossada pela revista, o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, firmado pelo Brasil em 1998, Tal como o Acordo de Salvaguardas Brasil-EUA, sobre o uso da Base de Alcântara, o TNP foi firmado por Fernando Henrique. Baseado apenas em uma imperial desconfiança de que as fórmulas usadas pelo cientista brasileiro poderiam ser utilizadas por terroristas , os EUA, pressionaram a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que exigiu explicações do governo Brasil , chegando mesmo a propor o recolhimento-censura do livro “A física dos explosivos nucleares”. Exigência considerada pelas autoridades militares brasileiras como “intromissão indevida da AIEA em atividades acadêmicas de uma instituição subordinada ao Exército Brasileiro”.

Como é conhecido, o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, vocalizando posição do setor militar contrária a ingerências indevidas, opõe-se a assinatura do protocolo adicional do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, que daria à AIEA, controlada pelas potências nucleares, o direito de acesso irrestrito às instalações nucleares brasileiras. Acesso que não permitem às suas próprias instalações, mesmo sendo claro o descumprimento, há anos, de uma meta central do TNP, que não determina apenas a não proliferação, mas também o desarmamento nuclear dos países que estão armados, o que não está ocorrendo.

Desarmamento unilateral
A revista publica providencial declaração do físico José Goldemberg, obviamente, em sustentação à sua linha editorial de desarmamento unilateral e de renúncia ao desenvolvimento tecnológico nuclear soberano, tal como vem sendo alcançado por outros países, entre eles Israel, jamais alvo de sanções por parte da AIEA ou da ONU, como se faz contra o Irã. Segundo Goldemberg, que já foi secretário de ciência e tecnologia, é quase impossível que o Brasil não tenha em andamento algum projeto que poderia ser facilmente direcionado para a produção de uma bomba atômica. Tudo o que os EUA querem ouvir para reforçar a linha de vetos e constrangimentos tecnológicos ao Brasil, como mostram os telegramas divulgados pelo Wikileaks. Por outro lado, tudo o que os EUA querem esconder do mundo é a proposta que Mahmud Ajmadinejad , presidente do Irà, apresentou à Assembléia Geral da ONU, para que fosse levada a debate e implementação: “Energia nuclear para todos, armas nucleares para ninguém”. Até agora, rigorosamente sonegada à opinião pública mundial.

Intervencionismo crescente
O semanário também publica franca e reveladora declaração do ex-presidente Cardoso : “Não havendo inimigos externos nuclearizados, nem o Brasil pretendendo assumir uma política regional belicosa, para que a bomba?” Com o tesouro energético que possui no fundo do mar, ou na biodiversidade, com os minerais estratégicos abundantes que possui no subsolo e diante do crescimento dos orçamentos bélicos das grandes potências, seguido do intervencionismo imperial em várias partes do mundo, desconhecendo leis ou fronteiras, a declaração do ex-presidente é, digamos, de um candura formidável.

São conhecidas as sintonias entre a política externa da década anterior e a linha editorial da grande mídia em sustentação às diretrizes emanadas pela Casa Branca. Por isso esses pólos midiáticos do unilateralismo em processo de desencanto e crise se encontram tão embaraçados diante da nova política externa brasileira que adquire, a cada dia, forte dose de justeza e razoabilidade quanto mais telegramas da diplomacia imperial como os acima mencionados são divulgados pelo Wikilieks.

(*) Beto Almeida é jornalista

A Letícia Lula da Silva

As palavras que precisavam ser ditas
                                                    Hildegard Angel - 4 jan - 18h40




Foram oito anos de bombardeio intenso, tiroteio de deboches, ofensas de todo jeito, ridicularia, referências mordazes, críticas cruéis, calúnias até. E sem o conforto das contrapartidas. Jamais foi chamada de "a Cara" por ninguém, nem teve a imprensa internacional a lhe tecer elogios, muito menos admiradores políticos e partidários fizeram sua defesa. À "companheira" número 1 da República, muito osso, afagos poucos. Ah, dirão os de sempre, e as mordomias? As facilidades? O vidão? E eu rebaterei: E o fim da privacidade? A imprensa sempre de olho, botando lente de aumento pra encontrar defeito? E as hostilidades públicas? E as desfeitas? E a maneira desrespeitosa com que foi constantemente tratada, sem a menor cerimônia, por grande parte da mídia? Arremedando-a, desfeiteando-a, diminuindo-a? E as frequentes provas de desconfiança, daqui e dali? E - pior de tudo - os boatos infundados e maldosos, com o fim exclusivo e único de desagregar o casal, a família? Ah, meus queridos, Marisa Letícia Lula da Silva precisou ter coragem e estômago para suportar esses oito anos de maledicências e ataques. E ela teve.

 Começaram criticando-a por estar sempre ao lado do marido nas solenidades. Como se acompanhar o parceiro não fosse o papel tradicional da mulher mãe de família em nossa sociedade. Depois, implicaram com o silêncio dela, a "mudez", a maneira quieta de ser. Na verdade, uma prova mais do que evidente de sua sabedoria. Falar o quê, quando, todos sabem, primeira-dama não é cargo, não é emprego, não é profissão? Ah, mas tudo que "eles" queriam era ver dona Marisa Letícia se atrapalhar com as palavras para, mais uma vez, com aquela crueldade venenosa que lhes é peculiar, compará-la à antecessora, Ruth Cardoso, com seu colar poderoso de doutorados e mestrados. Agora, me digam, quantas mulheres neste grande e pujante país podem se vangloriar de ter um doutorado? Assim como, por outro lado, não são tantas as mulheres no Brasil que conseguem manter em harmonia uma família discreta e reservada, como tem Marisa Letícia. E não são também em grande número aquelas que contam, durante e depois de tantos anos de casamento, com o respeito implícito e explícito do marido, as boas ausências sempre feitas por Luís Inácio Lula da Silva a ela, o carinho frequentemente manifestado por ele. E isso não é um mérito? Não é um exemplo bom?

 Passemos agora às desfeitas ao que, no entanto, eu considero o mérito mais relevante de nossa ex-primeira-dama: a brasilidade. Foi um apedrejamento sem trégua, quando Marisa Letícia, ao lado do marido presidente, decidiu abrir a Granja do Torto para as festas juninas. A mais singela de nossas festas populares, aquela com Brasil nas veias, celebrando os santos de nossas preferências, nossa culinária, os jogos e brincadeiras. Prestigiando o povo brasileiro no que tem de melhor: a simplicidade sábia dos Jecas Tatus, a convivência fraterna, o riso solto, a ingenuidade bonita da vida rural. Fizeram chacota por Lula colar bandeirinhas com dona Marisa, como se a cumplicidade do casal lhes causasse desconforto. Imprensa colonizada e tola, metida a chique. Fazem lembrar "emergentes" metidos a sebo que jamais poderiam entender a beleza de um pau de sebo "arrodeado" de fitinhas coloridas. Jornalistas mais criteriosos saberiam que a devoção de Marisa pelo Santo Antônio, levado pelo presidente em estandarte nas procissões, não é aprendida, nem inventada. É legitimidade pura. Filha de um Antônio (Antônio João Casa), de família de agricultores italianos imigrantes, lombardos lá de Bérgamo, Marisa até os cinco de idade viveu num sítio com os dez irmãos, onde o avô paterno, Giovanni Casa, devotíssimo, construiu uma capela de Santo Antônio. Até hoje ela existe, está lá pra quem quiser conferir, no bairro que leva o nome da família de Marisa, Bairro dos Casa, onde antes foi o sítio de suas raízes, na periferia de São Bernardo do Campo. Os Casa, de Marisa Letícia, meus amores, foram tão imigrantes quanto os Matarazzo e outros tantos, que ajudaram a construir o Brasil.

 Outro traço brasileiro dela, que acho lindo, é o prestígio às cores nacionais, sempre reverenciadas em suas roupas no Dia da Pátria. Obras de costureiros nossos, nomes brasileiros, sem os abstracionismos fashion de quem gosta de copiar a moda estrangeira. Eram os coletes de crochê, os bordados artesanais, as rendas nossas de cada dia. Isso sim é ser chique, o resto é conversa fiada. No poder, ao lado do marido, ela claramente se empenhou em fazer bonito nas viagens, nas visitas oficiais, nas cerimônias protocolares. Qualquer olhar atento percebe que, a partir do momento em que se vestir bem passou a ser uma preocupação, Marisa Letícia evoluiu a cada dia, refinou-se, depurou o gosto, dando um olé geral em sua última aparição como primeira-dama do Brasil, na cerimônia de sábado passado, no Palácio do Planalto, quando, desculpem-me as demais, era seguramente a presença feminina mais elegante. Evoluiu no corte do cabelo, no penteado, na maquiagem e, até, nos tão criticados reparos estéticos, que a fizeram mais jovem e bonita. Atire a primeira pedra a mulher que, em posição de grande visibilidade, não fez uma plástica, não deu uma puxadinha leve, não aplicou uma injeçãozinha básica de botox, mesmo que light, ou não recorreu aos cremes noturnos. Ora essa, façam-me o favor!

Cobraram de Marisa Letícia um "trabalho social nacional", um projeto amplo nos moldes do Comunidade Solidária de Ruth Cardoso. Pura malícia de quem queria vê-la cair na armadilha e se enrascar numa das mais difíceis, delicadas e técnicas esferas de atuação: a área social. Inteligente, Marisa Letícia dedicou-se ao que ela sempre melhor soube fazer: ser esteio do marido, ser seu regaço, seu sossego. Escutá-lo e, se necessário, opinar. Transmitir-lhe confiança e firmeza. E isso, segundo declarações dadas por ele, ela sempre fez. Foi quem saiu às ruas em passeata, mobilizando centenas de mulheres, quando os maridos delas, sindicalistas, estavam na prisão. Foi quem costurou a primeira bandeira do PT. E, corajosa, arriscou a pele, franqueando sua casa às reuniões dos metalúrgicos, quando a ditadura proibiu os sindicatos. Foi companheira, foi amiga e leal ao marido o tempo todo. Foi amável e cordial com todos que dela se aproximaram. Não há um único relato de episódio de arrogância ou desfeita feita por ela a alguém, como primeira-dama do país. A dona de casa que cuida do jardim, planta horta, se preocupa com a dieta do maridão e protege a família formou e forma, com Lula, um verdadeiro casal. Daqueles que, infelizmente, cada vez mais escasseiam.

 Este é o meu reconhecimento ao papel muito bem desempenhado por Marisa Letícia Lula da Silva nesses oito anos. Tivesse dito tudo isso antes, eu seria chamada de bajuladora. Esperei-a deixar o poder para lhe fazer a Justiça que merece.