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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Encontro com blogueiros no Palácio do Planalto

A herança maldita do Serra


Artigo do Messias Pontes para 24.11.10

Com a vitória de Dilma Rousseff à Presidência da República era de se esperar que a baixaria, o preconceito, a intolerância e o ódio disseminados pelo candidato demotucano José Serra – o “Zé” Traíra – morressem com a eleição. No entanto, tudo isso permanece e não resta dúvida que até aumentou. É o que se pode chamar de herança maldita do Serra.
A extrema direita preconceituosa e racista não absorveu ainda a derrota do seu candidato, e por isso mesmo quer vingança, e vingança de preferência com sangue. É o que está se vendo diariamente em todo o País, em especial contra os nordestinos, mesmo a vitória de candidata das forças democráticas, patrióticas e progressistas tendo sido possível sem os votos do Nordeste. Em Minas Gerais e no Rio de Janeiro - segundo e terceiro maiores colégios eleitorais do País - a diferença pró Dilma foi acachapante, mas como só no Nordeste a diferença foi de aproximadamente 12 milhões de votos, é contra o nordestino que a direita quer o pior.
Durante toda a campanha eleitoral a baixaria demotucana atingiu níveis nunca antes vistos no Brasil, e continua com maior intensidade. A intolerância contra homossexuais, pretos, pobres e nordestinos repercute em todo o mundo, inclusive junto à mídia conservadora. São mais de 1200 sites disseminando o preconceito e o ódio. Uma estudante de Direito de São Paulo chegou a pedir que cada paulista  matasse um nordestino afogado.
O suprassumo da intolerância e do preconceito foi vomitado, semana passada, pelo jornalista Luiz Carlos Prates, comentarista da RBS, afiliada da Rede Globo em Florianópolis. Sem meias palavras, o amestrado serrista condenou o governo do presidente Lula, chamando-o de espúrio “porque agora qualquer miserável tem um carro”. Vomitando bílis, Prates afirmou que “a popularização do automóvel pelo crédito fácil por esse governo espúrio...” Ele lamentou ainda que agora pobre possa morar em apartamento que ele chama de gaiola. Puro preconceito.
Ainda não se viu nenhum editorial em jornal, revista, rádio ou televisão condenando essa aberração. A velha mídia conservadora, venal e golpista concorda com Prates e não aceita que, quem há muito pouco tempo não podia sequer comprar uma bicicleta, agora compre carro e apartamento. Também não aceita que mais de 700 mil filhos de operários e camponeses pobres hoje ocupem uma cadeira em universidades privadas. Essa gente tudo de faz para que a senzala permaneça sempre muito distante da casa grande.
Para essa elite branca, preconceituosa, racista e separatista, este governo é “espúrio” porque foi o que mais investiu em educação em toda a história republicana; porque tirou mais de 26 milhões de brasileiros da miséria e levou para a classe média mais de 32 milhões; porque criou 15 milhões de empregos com carteira assinada; porque agora pobre pode viajar de avião e até fazer viagem internacional.
O governo do presidente Lula é “espúrio” porque não privatizou o que sobrou do patrimônio público que os neoliberais não conseguiram entregar; porque o presidente Lula – que não tem formação acadêmica – criou mais de uma dezena de universidades federais e várias dezenas de campus universitários, além de mais de 200 escolas técnicas que os demotucanos acabaram e proibiram de se criar mais.  
Este governo é “espúrio” porque a indústria naval destruída pelos neoliberais tucano-pefelistas (demotucanos) agora está sendo levada a sério, tendo o presidente Lula inaugurado três grandes navios e batizado-os com nome de personagens  que fizeram história e orgulham os seus descendentes e os brasileiros de bem:  João Cândido (o Almirante Negro), Celso Furtado e Sérgio Buarque de Holanda. O quarto navio a ser colocado ao mar em março do próximo ano, para desgosto dessa elite insana, receberá o nome de Zumbi dos Palmares.
Essa elite insana irá ao desespero no curto prazo quando os 82 navios que estão em construção e os cerca de 150 que estão planejados, forem colocados ao mar. E será Dilma Rousseff, a primeira mulher presidenta da República Federativa do Brasil, que os colocará ao mar.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu uma proeza que a elite insana não perdoará jamais: devolveu ao povo brasileiro a auto-estima há muito perdida. Foi este governo “espúrio” que acabou com o complexo de vira-latas e transformou o País de coadjuvante em protagonista. O Brasil não fica mais de joelhos perante os chamados países centrais, notadamente o império do Norte como ficava há oito anos. Ministro brasileiro não tira mais os sapatos em aeroporto nenhum do mundo. O Brasil hoje é respeitado e conquistou o seu lugar no concerto das nações graças ao retirante analfabeto.
O ódio e a intolerância plantados por José Serra e sua súcia durante a campanha eleitoral continuam sendo adubados e regados. Os seus frutos são bem visíveis nos  recentes ataques homofóbicos em São Paulo e outras cidades; nas agressões  e  assassinatos de moradores de rua; nos mais de mil sites que disseminam o preconceito contra pobres, pretos e nordestinos, nos comentários canalhas de amestrados como esse Luiz Carlos Prates.
Esse ódio e essa intolerância são frutos da herança maldita deixada Poe José Serra ou, como queiram, o “Zé Mil Caras, o “Zé” Pinóquio, o “Zé” Bolinha de Papel, o “Zé” Traíra.