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sexta-feira, 27 de maio de 2011

CE reduz analfabetismo em 25,8 pontos percentuais


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Dados do Programa de Alfabetização na Idade Certa apontam que, em 2007, 33% dos alunos não sabiam ler e escrever
Cada vez mais alunos estão sabendo ler e escrever no Ceará. Se em 2007, 32,8% dos estudantes da rede pública que concluíram o 2º ano do ensino fundamental eram analfabetos, em 2010, o índice reduziu para 7% (25,8 pontos percentuais).

Na presença do Ministro da Educação, Fernando Haddad, a secretária estadual da Educação, Izolda Cela, prometeu zerar, nos próximos anos, estes valores e ter 100% deles escrevendo próprio nome.

Os dados foram divulgados, ontem à tarde, na apresentação dos resultados do Programa de Alfabetização na Idade Certa (Paic) 2010. Mais de 124 mil alunos que concluíram o segundo ano do ensino fundamental foram avaliados e 71% deles receberam aprovação, ou seja, são considerados alfabetizados pela avaliação anual.

Outros 9% foram classificados com alfabetização incompleta e 13% intermediária. No ranking, o município de Pedra Branca, com proficiência de 253,7, apresentou o melhor desempenho e o de Umari, com nota 117,5, o pior.

Fortaleza ficou na 181ª posição, entre os quatro piores municípios na "disputa" da educação básica em 2010. Festejando a melhoria no cenário geral, o governador Cid Gomes deu impulsão de ânimo aos que infelizmente não tiveram desempenhos tão bons.

"Não há nenhuma característica de inferioridade nas nossas crianças. Vamos dar oportunidades que elas vão aprender ainda mais", afirma.

O Ministro da Educação ressaltou que "o povo nordestino é muito inteligente. Ceará tem uma das melhores experiências educacionais do Brasil. Estes meninos e meninas vão acabar se dando muito bem na Prova Brasil e no Vestibular", afirma.

Nota 10
Um dos que sabem a fórmula do sucesso é o coordenador da Escola José Mendes da Silva, em Pedra Branca, Edmilson Alves. A entidade de ensino foi umas das que recebeu placa de menção honrosa como Escola nota 10. "O certo é apostar na formação dos professores para que possam passar o conteúdo com mais qualidade e ajudar o aluno a superar as dificuldades", comenta o coordenador da escola premiada.

A professora municipal de Irauçuba, Maria Luiza Silva, tem feito esforços para garantir que os estudantes saibam ler e escrever na idade certa. "Não tem sido fácil, mas estamos tentando. Às vezes faltam recursos e estímulos, mas temos dado aulas de reforço e feito audiências individuais com todos os alunos para saber o porque não estão conseguindo aprender".

Qualificação
Para Márcia Campos, coordenadora de cooperação com os Municípios, responsável pelo Paic, o maior desafio agora é melhorar ainda mais a qualificação dos municípios com piores índices como municípios de Umari (Centro-Sul), Acarape (Maciço de Baturité) e Icó (Centro-Sul).

Além disso, há interesse de ampliação do programa com o lançamento do "Paic Mais", projeto que visa estender as ações hoje destinadas às turmas de 1º e 2º ano do Ensino Fundamental até o 5º ano de todas as entidades públicas escolares dos 184 municípios.

"Centrando foco nas políticas públicas, na formação e na melhoria da gestão queremos apostar mais nas turmas de 3º, 4º e 5º ano que estão bem fragilizadas", frisa.

A presidente da Associação dos Municípios e Prefeitos do Ceará (Aprece), Eliane Brasileiro, afirma que, apesar dos bons resultados, o mais preocupante para a qualidade da educação ainda continua sendo o escasso financiamento e os baixos salários dos professores. "Temos que melhorar o nível salarial dos nossos educadores e oferecer mais estrutura de trabalho e ensino. Sendo assim, teremos 100% de alfabetização"

IVNA GIRÃOREPÓRTER

PAIC 2010
Fortaleza fica longe do nível "desejável"
Fortaleza só perde, no ranking do Programa de Alfabetização na Idade Certa (Paic), para três municípios, Umari (117,5), Acarape (125,2) e Icó (131,5). A Capital amarga a 181ª posição entre os 184 municípios.

Fica como quarto pior desempenho, com proficiência de 131,7, dado em conta a capacidade de leitura dos 24.524 estudantes matriculados em Fortaleza durante o ano letivo de 2010.

Preocupação
Se comparada com as sete cidades mais populosas do Estado - Crato (158,4), Itapipoca (150,1), Juazeiro do Norte (139,5), Caucaia (139,9), Maracanaú (150,9), Maranguape (161,0) e Sobral (214,2) - a Capital cearense permanece em ultima posição.

Dados do Paic apontam que a maioria dos municípios, um total de 141, está dentro do perfil "desejável". Fortaleza, no entanto, é uma das poucas que ainda está na categoria "suficiente". Enquanto que Umari é a única em nível "intermediário".

A educadora, Eliziane Mendonça, que já aplica há três anos as avaliações para seus alunos em Fortaleza, lamenta que os índices não sejam tão bons e até aponta falhas nas provas.

"Sei que tem muita boa vontade e esforço, mas há questões que são ambíguas, dificultam a compreensão dos estudantes e fazem eles incorrerem em erros. Há que se monitorar anualmente o Programa de Alfabetização na Idade Certa ", comenta.

Explicações
A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Fortaleza (SME), afirmou que os resultados apresentam crescimento em mais de 20% no rendimento dos alunos da Capital. Enfatizou, ainda, que os resultados da pesquisa não representam a realidade em Fortaleza.

A Secretaria justifica o baixo índice de alfabetização a não avaliação correta devido a paralisação dos professores.

"Em virtude da greve dos professores em 2009, a prova foi aplicada sem finalização do período letivo. Acreditamos que ela ficou comprometida e resultados não representam realidade", afirma a assessoria.

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