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quinta-feira, 2 de junho de 2011

Professores do Ceará, 36% não têm nível superior


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Na educação infantil faltam professores em Fortaleza. Já no Interior, o problema é a ausência de capacitação
FOTO: MIGUEL PORTELA
Os dados da última Sinopse do Professor, com base no Censo Escolar 2009, apontam que dos 87.067 docentes da Educação Básica no Ceará, 31.378 não cursaram o Ensino Superior, ou seja, 36%. Neste total estão incluídos aqueles que fizeram somente o Ensino Médio ou o antigo normal/magistério e também os que só possuem o Ensino Fundamental.

Com esses dados, o Ceará aparece com o segundo menor percentual do Nordeste. Entre as regiões do País, os números são díspares: Enquanto no Centro-Oeste 79,6% dos integrantes do magistério possuem nível superior, no Nordeste o índice não chega nem a metade desse percentual.

Para alguns especialistas, esses números comprometem a educação ofertada no Estado. Para se ter uma ideia da situação, pelo menos no que tange a educação de crianças de zero até seis anos, a integrante do Fórum da Educação Infantil do Ceará, Maria de Jesus Ribeiro, aponta que o quadro se agrava no interior do Ceará.

"Em Fortaleza temos o problema da falta de professores. Já no interior do Estado, o gargalo é a falta de formação, pois ainda acredita-se que para criança pequena qualquer educação serve", informou.

Proinfantil
Segundo Maria de Jesus, para melhorar a capacitação dos professores, existe o Proinfantil, que é um curso em nível médio, à distância, na modalidade normal, destinado aos professores da educação infantil em exercício nas creches. Diz que as turmas no Ceará podem ir para o seu quarto grupo.

"Esse curso só existe porque ainda acontecem contratações de pessoas, sem a escolaridade exigida pelo MEC, para lecionar nas creches. O que não era mais para acontecer, se levarmos em conta uma das metas do Plano Nacional de Educação, que não foi atingida pelo nosso Estado, que proíbe a contratação de pessoas não capacitadas", explica.

A falta de recursos financeiros dos próprios professores é um obstáculo para a formação deles, mesmo em cursos gratuitos, pois há custos de transporte, alimentação e materiais.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) estabelece que a formação para atuar na Educação Básica deve ser feita em cursos de licenciatura. Para a primeira fase do Ensino Fundamental e para a Educação Infantil é admitida, mas não recomendada, a formação de Ensino Médio Normal.

CAPACITAÇÃO70% dos educadores com especialização
A Secretaria da Educação (Seduc) aponta que atualmente, a rede estadual tem 16 mil professores efetivos com nível superior, em sala de aula nas escolas estaduais. Desse total, 70% já possuem uma especialização.

Além disso, acrescenta que a formação de professores da rede hoje, está focada nos processos de aprendizagem que visam aumentar o desempenho acadêmico dos alunos, dando ênfase aos mecanismos que promovem a melhora dos níveis de leitura e compreensão de textos, além do raciocínio lógico.

O coordenador de Aperfeiçoamento Pedagógico da Seduc, Rogers Mendes, explica que a estratégia adotada é a descentralização, em que cada Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (Crede) e a Superintendência das Escolas Estaduais de Fortaleza (Sefor) elabora seu projeto de formação dos professores lotados na regional.

"Apoiamos estes projetos de formação de duas formas: logística (recurso para contratação de serviços e consumo) e disponibilização de bolsas da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), para professores da regional atuarem como formadores de seus pares".

Apoio
O apoio logístico para 2011 está orçado em R$ 1,3 milhão. Já as bolsas da Funcap, estão previstas para este ano, 638. O investimento é de R$ 765 mil. A ideia é que a Coordenadoria de Aperfeiçoamento Pedagógico, faça o monitoramento e discuta com as equipes de formação das Credes e Sefor sobre as melhores estratégias de formação.

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