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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Pentecoste não pode ficar esperando Papai Noel

 
Por Nonato Furtado 
Ainda lembro a época em que eu acreditava em Papai Noel. Pois é, mas como sempre fui uma criança meio desconfiada, esse período não durou muito tempo. Também confesso que me desapontei com o papai Noel rapidinho. Ao passar pelos shoppings ainda vejo cenas curiosas de pais em longas filas de espera para que seus filhos façam os pedidos ao bom velhinho. Hoje, não vejo o Papal Noel, vejo um senhor, no geral já aposentado, que descobre uma forma de ganhar uma renda extra para complementar o orçamento familiar.

O tempo passa e os filhos fingem que acreditam e os pais fingem que acreditam que os filhos acreditam. Pronto. Esse teatro é, em certos momentos, interessante. Assim, a família vive esse jogo até o ponto de o filho desapontado com o presente quebrar a cadeia da encenação.

Esse natal me levou a muitas reflexões, principalmente sobre a minha cidade. Penso que Pentecoste vive a metáfora da descoberta do garoto. Está chegando no momento de deixar de acreditar no homem dos presentes. Durante muitos anos, as pessoas viviam (e ainda vivem) esperando a época da política (entenda como período eleitoral) para ganharem seus presentes. Parece que muita gente, mesmo depois de adulta, ainda segue acreditando no Papai Noel. Outros fingem que acreditam. Mas, o que significa acreditar no velhinho no contexto eleitoral?

O nosso grande exemplo é a política municipal. As Eleições de 2012 já estão ganhando uma grande relevância nas rodas de conversa. Especulações em torno de algumas figuras: “Rapaz, tu acha que fulano sai candidato?”, “Ei, é verdade que cicrano lançou a candidatura dele ontem em almoço com a família?”, “A única pessoa que une a oposição é beltrano?”, “Quem será o candidato do prefeito?”, “Ei, partido tal vai ter que fazer uma prévia porque tem dois nomes fortes para a disputa.”, “O fulano disse que já tem um milhão reservado para gastar.”, “Rapaz, aquele movimento lá não tá brincando não. Eles vão lançar candidato mesmo.”, são essas e muitas outras as perguntas que são os motes para as discussões.

Não acreditar em Papai Noel, nesse contexto, é não fantasiar, é não sofrer de esquizofrenia política, é analisar as possibilidades reais e a melhor alternativa para o município. Passou a época de tentar empurrar candidato goela abaixo na população. A cidade precisa de nomes que vivam e conheçam de perto seus problemas, que consigam dar a resposta necessária ao município, que sejam uma oportunidade para construir um projeto de futuro para nosso povo, que possa inserir Pentecoste no topo das cidades mais desenvolvidas do estado, o município tem potencial para isso. Pensar o contrário disso é voltar, depois de velho, a acreditar em Papai Noel.

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