Por Nonato Furtado
“Como nasce um líder desses que entram para história?” Essa é uma pergunta interessante e pode ter várias respostas. Não sei se muita gente já se fez esse tipo de questionamento, mas confesso que eu já. Como surgiram as maiores lideranças mundiais? Como surgiram as maiores lideranças de Pentecoste? Quais suas histórias de vida, motivações e princípios?
Curiosamente, ontem, o Brasil recebeu a maior liderança política do planeta (embora isso não seja consenso), Barack Obama. Ele quebrou uma tradição de conquistas eleitorais dos brancos, foi o primeiro presidente negro da história dos EUA. Mas, o que seria de Obama se Martin Luther King não tivesse liderado marchas para conseguir o direito ao voto, ao fim da segregação e da igualdade de condições de trabalho para os negros de seu país? Será que os EUA teriam hoje um presidente negro? Talvez não. Mas, o que motivou essa indignação de Luther King? O episódio é muito famoso: Rosa Parks, uma mulher negra, se negou a dar seu lugar em um ônibus para uma mulher branca e foi presa. King era o pastor dessa mulher. Para muitos, esse foi o estopim. Sem muito exagero, podemos dizer que uma revolta de uma mulher dentro de um ônibus permitiu que, muitos alguns anos depois, os EUA tivessem seu primeiro presidente negro.
Mas, o que isso tem a ver com Pentecoste? Nesse final de semana, a pequena comunidade de Cipó em Pentecoste teve seu cotidiano quebrado por cerca 160 estudantes dos ensinos fundamental e médio de diversas comunidades do município para uma capacitação em aprendizagem cooperativa promovido pelo Programa de Educação em Células Cooperativas - PRECE. Eles tiveram a oportunidade de conhecer um pouco sobre a universidade, a importância das habilidades sociais, resolução de conflitos, interdependência social, planejamento estratégico pessoal, estratégias de aprendizagem cooperativa e, principalmente, compartilharam suas histórias de vida. Esse último ponto foi um momento de mútua motivação.
Estive presente ao evento e vi nessa rapaziada um potencial incrível que, nem sempre, é explorado ou desenvolvido. Mas, esse encontro sinalizou que Pentecoste, num futuro bem próximo, poderá contar com novas lideranças com um novo perfil. Percebi um protagonismo juvenil pulsante nos participantes. No entanto, pensei que também existiam inúmeros outros jovens, na mesma faixa etária que, naquele momento, estavam em outros lugares do município, sem oportunidade, usando drogas e na prostituição. Como alcançá-los? Pois é, o que o PRECE faz ainda não consegue ter uma dimensão que consiga alcançar a maioria dos jovens do município. Pelo menos, por enquanto.
Antes do grande movimento liderado por King, quem poderia prever o que aconteceu nos EUA? Respeitando as devidas e necessárias proporções: quem pode mensurar os resultados qualitativos e quantitativos desse evento? A realidade é que, nos últimos anos, o PRECE tem sido um terreno fértil para o desenvolvimento do protagonismo juvenil e a formação de lideranças. A rebeldia e o compartilhamento de sonhos inerentes a essa moçada já tem resultados fantásticos. O fato é que a sociedade está cada dia mais exigente e, consequentemente, novos líderes emergirão desse contexto. Por isso, sem exageros, podemos afirmar que Pentecoste já pode contar com novos líderes com um perfil muito interessante.Texto disponível em: http://nonatofurtado.blogspot.com/
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