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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

No Rio, a despedida de Lula tem clima apoteótico

Lula se emociona na festa de despedida no Sambódromo do Rio

Na festa de despedida do presidente Lula, promovida pelo PMDB-RJ na Praça da Apoteose, ontem à noite, ele chorou ao assistir num telão ao depoimento de uma professora do Morro do Borel, na Tijuca, que agradeceu ao presidente por tudo o que ele fez por ela e seu filho.

O presidente disse que nenhum presidente da História subiu 10% dos morros do Rio que ele subiu.

Lula citou a ocupação do Complexo do Alemão, contando que o governador Sergio Cabral pediu apoio das Forças Armadas:

— Eu respondi: “Peça o que quiser”. E nunca senti tanto orgulho do que quando estava em casa, assistindo à ocupação do Alemão pela TV, e vi uma mulher pedindo para que soltassem o marido, porque ele era trabalhador de uma obra do PAC. Nesta terça-feira, o presidente visita as instalações do teleférico do Alemão, que entrou em testes na segunda.

O presidente defendeu a união dos governos e criticou de forma velada Cesar Maia (DEMos), Sem citá-lo nominalmente.

Em tom de brincadeira, Lula pediu que, quando deixará a Presidência, o governador lhe convide para colocar uma sunga bonita, para que ele possa “dar um mergulho na Praia de Copacabana”
Mais de 25 mil pessoas participaram ontem à noite de uma homenagem feita pelo PMDB do Rio de Janeiro ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com direito a show dos sambistas Zeca Pagodinho e Martinho da Vila, a festa teve como lema o agradecimento aos oito anos do governo de Lula. Batizado de Obrigado, presidente Lula, o povo do Rio de Janeiro agradece, o evento, realizado no Sambódromo do Rio, foi idealizado pelo governador Sérgio Cabral (PMDB) com o objetivo de reconhecer, segundo os organizadores, os esforços do governo federal para promover o desenvolvimento econômico do estado.

Ovacionado pelo público, Lula subiu ao palco com Cabral por volta de 21h30 e se emocionou ao ver nos telões depoimentos de moradores de comunidades beneficiadas por investimentos do governo. “Agora sei o que é trabalhar com alguém que não quer disputar espaço político e está preocupado com o povo do Rio e não com a próxima eleição, como acontecia antes. Juntos, os governadores e presidentes (antigos) não subiram tanto nos morros como nós subimos”, discursou.

Lula foi agraciado com o título de cidadão benemérito do Rio de Janeiro e também ganhou o diploma Cristo Redentor, que homenageia aqueles que promoveram o turismo na região. O PMDB fluminense gastou R$ 507 mil com o evento, incluindo o aluguel do espaço, produção e transporte.

A festa guardou semelhanças com os grandes comícios já realizados por Lula. Antes de o presidente chegar, lenços com a foto dele foram distribuídos e o animador repetiu seguidas vezes que “o estado mudou com a união do governo federal, com o estadual e o municipal”. Nas arquibancadas, militantes e populares simpáticos ao governo Lula gritavam o tradicional “Olê, olê, olê, olá, Lula, Lula”. Apesar de organizado pelo PMDB, o evento foi prestigiado por diversos petistas do Rio, como os ex-ministros Carlos Minc, Edson Santos e Benedita da Silva.

Agenda extensa
Lula desembarcou no Rio ontem à tarde para uma intensa agenda, que incluí o lançamento da pedra fundamental da obra de reconstrução do prédio da União Nacional dos Estudantes (UNE), na Praia do Flamengo, e a cerimônia de entrega do Prêmio Brasil Olímpico 2010, no Museu de Arte Moderna.

Lula voltou a dizer, de forma bem-humorada, que “deu azar” de estar deixando o governo exatamente no momento em que o Congresso aprovou reajuste de R$ 11,4 mil para R$ 26,7 mil no salário do presidente da República. Cercado por estudantes, políticos e artistas, Lula elogiou o projeto do arquiteto Oscar Niemeyer para a sede da UNE, que terá 13 andares. Doado por Getúlio Vargas em 1942, o edifício foi destruído pela ditadura militar em 1980.

O presidente aproveitou o evento para dar um conselho de “velhinho da terceira idade”. “Se quiserem crescer, façam um discurso que seja possível. Assim, vocês poderão atrair os estudantes que ainda pensam que a UNE apenas cobra por carteirinha, mas não os representa de fato”, disse.

Hoje, Lula vai fazer a primeira viagem do teleférico do Complexo do Alemão, que vai interligar favelas da Zona Norte do Rio. Antes de retornar a Brasília, o presidente participa da inauguração do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), no Centro da cidade.Correio

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