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quarta-feira, 2 de março de 2011

Dilma toma café da manhã com Ana e justifica fama de durona


 
Nesta terça, 1º de março, Ana Maria Braga recebeu a ilustre presença de Dilma Rousseff no Mais Você. Em homenagem ao mês da mulher, a presidenta falou sobre sua rotina de trabalho nos primeiros meses de seu governo, a relação com a família, o convívio com o ex-presidente Lula e a paixão por obras de arte. “Sempre gostei de MPB, cinema, de sentar num barzinho e conversar com as pessoas”, contou a mineira que está quebrando um paradigma social para as mulheres. “Quando a mulher assume alguma posição de autoridade, ela é vista como estando um pouco fora de seu papel. Mas isso era até agora. Daqui pra frente as meninas podem querer ser presidentas e vai ser visto como uma coisa normal. Quando você quebra um paradigma a primeira reação é de estranheza, depois as pessoas acostumam”, disse.


DILMA PREPARA RECEITA DE OMELETE


Ana Maria vê Dilma como uma pessoa amiga, longe da fama de durona que ela conquistou na carreira política.“A Dilma é agradável, sorridente, conhecendo mais de perto você percebe a pessoa humana que é e como é”, disse Ana sobre a presidenta, como a mineira prefere nomear o seu posto de maior autoridade política do país. Ela atribui a fama de durona ao fato de ser uma mulher em uma posição de autoridade. “Você já viu algum homem que chega à direção do país chegar lá e ser chamado de duro? É porque são homens. A mulher pode ser frágil fisicamente, mas não necessariamente é menos forte do que o homem por dentro”, disse.

Força ela já mostrou que tem de sobra. Há dois anos, venceu um câncer e seguiu firme na vida política. Na época, a presidenta recebeu o apoio de Ana Maria, que também superou a doença. Dilma agradeceu a solidariedade e disse que aprendeu muito com a apresentadora. “No fim, o que importa é lutar pela vida. Ao lutar pela vida você a valoriza. A solidariedade é um gesto fundamental”, disse. “E o cabelo ficou lindo agora”, brincou Ana. “Eu disse que ele ia crescer, não disse?”, respondeu a presidenta, que tem sido tratada de igual pra igual pelos brasileiros.

“O Brasil é um país especial. No Brasil não tem uma relação de submissão, de se achar menos que as pessoas. Sinto uma relação de igualdade. Me tratam intimamente, conversam como antes e falam com sinceridade, sem querer agradar, fazem sugestões, reclamam, elogiam, contam histórias pessoas... É um país republicano. A relação de igualdade está sempre presente. Não é uma relação de desigualdade”, contou.



CONFIRA A SEGUNDA PARTE DA ENTREVISTA







Mais Você









UMA VIDA NORMAL FORA DA POLÍTICA
Dilma garante que fora da política, leva uma vida normal. A mineira é apaixonada pela família e tem orgulho da filha, que tem a personalidade forte da mãe. “Ela é zelosa com o que conquistou. É procuradora do Ministério Público do Trabalho, tem os valores dela e preza muito esses valores. Ela prefere se manter mais discreta e mais afastada”, disse. “Tenho sorte porque ela já está na fase de independência. Quando ela era pequena, ligavam pra mim quando eu estava trabalhando. Ela tinha asma e eu tinha que cuidar dela. Hoje tem a família dela. Quando nasce o primeiro filho, a gente fica mais mulher, mais gente”.


Com a agenda lotada, a presidenta mal tem visto o neto Gabriel. “Tenho o visto sistematicamente. É uma relação em que você não tem responsabilidade, mas tem um carinho, um amor infinito”, contou a presidente que no carnaval vai matar a saudade do netinho. “Como eu disse, sou normal. Tenho vontade enorme de ver o meu neto. Não entendia quando as pessoas diziam que tinham que ir pra ficar com o neto. Agora entendo perfeitamente, eu quero ficar com ele. E tudo pode! Se ele quiser que eu carregue, eu carrego. Se tiver que tirar da cama, eu tiro. Não tenho a menor responsabilidade de educar como tinha com minha filha. Uma avó normal...”, contou Dilma, que está sempre acompanhada da mãe. “Minha mãe foi muito solidária em todas as minhas dificuldades, inclusive quando eu fiquei na cadeia”, lembrou.



HERANÇA BÚLGARA E EXPERIÊNCIA MINEIRA
Foi do pai, búlgaro, Dilma herdou o interesse pela cultura e pelas causas sociais. “Meu pai veio para o Brasil porque a Bulgária teve um período de fascismo. Um pouco antes da 2ª Guerra Mundial ele foi pra Europa e depois para América Latina. Primeiro Argentina e depois Brasil. Minha grande influência veio via família da minha mãe, mineira, com experiência de Minas, do Brasil profundo. De falar uai, aquele jeito mineiro de ser”, contou. “Tenho relação afetiva com a Bulgária. Meu pai era bastante forte e achava que todos tinham que estudar.

Gostava de ler aqueles livros que as meninas liam, a Coleção das Moças. Meu pai fazia uma trocá-la pelo Dostoievsky”, lembrou a presidenta, que aos 14 anos ganhou do pai a coleção do Jorge Amado. “Ele foi muito importante na minha vida, valorizou uma coisa que todos os pais e mães devem valorizar nas crianças e jovens, o estudo. É uma forma de conhecer o mundo e ser uma pessoa melhor tanto pra você quanto pros outros”. Dilma contou que tem paixão por livros e adora cheirá-los. “Se quiser me dar imenso prazer, me deixa numa livraria. Faço outras compras como todas as mulheres, mas amo livros. Aquele cheiro da página nova, aquela imensa surpresa quando você lê um livro. É como conhecer o mundo, conhecer um lugar em que você nunca esteve”, contou com brilho nos olhos. A militância também foi herança do pai, que queria justiça no mundo. “Ele transferiu isso pra mim, os pobres são iguais a gente, tem que ter ética em relação às pessoas que mais precisam”.

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